A Agência Multissectorial da Regulação de Cabo Verde actualizou os preços dos combustíveis, no passado dia 1.
Os preços dos bens essenciais também têm aumentado e podem subir ainda mais.
As centrais sindicais pressionam o Governo para aumentar os salários, mas o primeiro-ministro já disse não haver condições para tal.
A secretária-geral da União dos Trabalhadores de Cabo Verde-Central Sindical (UNTC-CS) afirma compreender a situação que o país e o mundo vivem, mas considera que o Executivo deve fazer um esforço e atribuir pelo menos 5 por cento de aumento aos trabalhadores.
Joaquina Almeida acrescenta não ser compreensível estar-se apenas a dizer não haver condições objectivas para a atribuição de aumentos, com graves problemas para as famílias, enquanto no seio da classe política “não se nota nenhuma solidariedade, neste caso, redução de custos com as respectivas mordomias”.
Na mesma linha, o presidente do sindicato independente SIACSA, Gilberto Lima considera que o Executivo deve implementar mecanismos que permitam dar margem de manobra às famílias na reposição de algum poder de compra.
O líder do sindicato filiado na Confederação dos Sindicatos Livres (CCSL), defende “um reajuste salarial que o país possa suportar neste momento de crise e que seja feito de forma diferencial, neste caso atribuir maior percentagem para os que usufruem salário mínimo”.
O Governo já disse em várias ocasiões que devido à situação pandémica, de seca e agora da guerra na Ucrânia, não há condições objetivas de se fazer aumentos salariais.
Alguns economistas têm dado a entender não haver grande margem de manobra neste momento para se proceder a alteração do quadro salarial, mas Agnelo Sanches considera que o Governo tem o dever de reajustar os salários quando a política de preços dos principais bens for alterada.
Aquele economista e consultor diz que não se trata de aumentar salários, o que não se justifica neste momento, “mas sim de reajuste, como forma da classe trabalhadora ganhar um pouco de fôlego em termos do poder de compra.