As rádios comunitárias de Cabo Verde navegam numa crise de sustentabilidade, e receia-se que possam servir para a manipulação.
Há indicações de que a maioria das rádios passa por dificuldades financeiras. Nalguns casos, a situação força a interrupção das emissões.
Neste Dia Mundial da Rádio, 13 de Fevereiro, a questão da sustentabilidade foi debatida, na capital, Praia, numa iniciativa da Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura, e Direcção Geral da Comunicação.
José Candeias, responsável da Rádio Voz do Paul, na ilha de Santo Antão, diz que as dificuldades financeiras condicionam as rádios comunitárias de cumprir o principal papel - formar e informar - e muitas optam por animação musical.
Liberdade em risco
O coordenador da Rádio Comunitária da Ribeira Brava, na ilha de São Nicolau, Ary Tolentino, afirma que a estação tenta cumprir a missão, mas não havendo dinheiro não é tarefa fácil.
Por ser turno, o presidente da Associação dos Jornalistas não vê com bons olhos os apoios concedidos pelas câmaras municipais, já que isso pode condicionar a liberdade e espaço de acção dessas estruturas radiofónicas.
Carlos Santos diz que cabe ao governo criar mecanismos claros de incentivos e apoios, nomeadamente a abertura de um fundo, permitindo as rádios comunitárias a apresentarem projectos de financiamento.