O chumbo do estatuto especial da cidade da Praia no Parlamento reacende o debate sobre o regionalismo em Cabo Verde, com o Movimento Sokols, de São Vicente, a afirmar que não é contra a capital, nem contra a Ilha de Santiago, mas pela defesa do equilíbrio.
A proposta de estatuto especial da capital teve votos contra de deputados da região norte, no seio das bancadas dos três partidos com assento parlamentar, nomeadamente MPD,PAICV e UCID.
O MovimentoSokols, que foi um dos que se movimentou contra a aprovação do referido projeto-lei, entende que o protesto foi um ato de cidadania e vai no sentido da criação favorávelde condições aoprocesso de desenvolvimentoequilibrado das diferentes ilhas de Cabo Verde.
O líder, Salvador Mascarenhas, afirma que os centralistas é que fomentam comportamentos bairristas, visando justificar a concentração de poderes para a satisfação de interesses bem definidos e não de um todo nacional.
"Penso que sempre houve um regionalismo saudável, mas a forma como os centralistas estão a encarar as coisas e fazer certas declarações, pode levar a um caminho perigoso", diz o líder do Sokols.
Mascarenhas entende que o país precisa de mudar de paradigma, daí a necessidade de reformatação do xadrez político, nomeadamentecom a abertura à participaçãodos cidadãos nas listas para a eleição dos deputados da Nação.
Mas o presidente da Associação Pró Praia diz que é preocupante a existência de indivíduos com responsabilidades politicas que promovem o bairrismo.
José Jorge afirma que boa parte das pessoas da região norte-barlavento não conseguemver com bons olhos o desenvolvimento da Praia-Santiago, por isso espera que os santiaguenses passem também a exigir mais projetos estruturantes.
"Assim como os outros estão a reivindicar e a conseguir bons projetos e se mostram satisfeitos, temos que batalhar para que o Governo direcione mais e melhores projetos para a cidade e ilha que alberga maior número de população - oriunda de todas as partes do território nacional e não só”, afirma o presidente da Pró-Praia.