O Governo de Cabo Verde está a envidar esforços para assinar um acordo de livre comércio com os Estados Unidos, que sirva de “um cartão de visita” para os investidores americanos” no arquipélago.
“É um caminho longo”, disse à VOA Carlos Veiga, embaixador cabo-verdiano que termina nesta semana a sua missão em Washington.
No momento em que o representante dos Estados Unidos na Praia diz que Cabo Verde está no radar dos investidores americanos, Veiga revela “passos concretos no sentido de se avançar para investimentos muito grandes” e que “um acordo de livre comércio seria ouro sobre azul”.
“Nós somos elegíveis, mas as negociações levam o seu tempo, no entanto as perspetivas estão abertas”, assegurou o embaixador em Washington.
Empresas cabo-verdianas também começam a usar mais o AGOA, conhecido instrumento que permite a exportação de produtos de países africanos para os Estados Unidos.
“Há boas experiências e as empresas que querem seguir os padrões americanos, de transparência e os requisitos necessários, podem exportar para os Estados Unidos”, afirma Carlos Veiga, apontando o exemplo de uma empresa de sabões de uma cabo-verdiana radicada nos Estados Unidos, mas cuja fábrica encontra-se na ilha de Santo Antão.
Novos patamares das relações
O antigo primeiro-ministro, que termina uma missão de três anos na capital americana, considera que “as relações entre os Estados Unidos e Cabo Verde são excelentes” e prometem conhecer novos patamares.
No capítulo da segurança, os dois governos continuam a estreitar laços e, segundo Veiga, o Governo da Praia acredita ser possível chegar a um acordo que favoreça os dois países.
“Tanto os Estados Unidos, já que Cabo Verde tem um posição geoestratégia fundamental e comungamos os mesmos valores, como para nós que, para fazer frente aos desafios em matéria de segurança, temos de ter parceiros fortes e os Estados Unidos são o aliado natural”, defende o diplomata, lembrando a grande comunidade cabo-verdiana radicada nos Estados Unidos”.
Carlos Veiga foi o primeiro chefe de Governo eleito democraticamente e serviu como primeiro-ministro durante 10 anos, concorreu duas vezes à Presidência da República, mas perdeu.
Tudo aponta para que ele volte à estrada em 2021.