Apesar de ter decidido adiar uma manifestação que estava agendada para 23 deste mês, Dia do Professor Cabo-verdiano, a direção do Sindicato Nacional Nacional dos Professores de Cabo Verde (SINDEP) diz que vai entrar com uma acção judicial na próxima semana, visando a resolução de muitas questões que lesam os interesses e direitos da classe docente.
O presidente do Sindicato, Jorge Cardoso, disse em conferência de imprensa que na sequência de uma reunião mantida com o ministro da Educação decidiu-se pelo adiamento da manifestação tendo em conta algum consenso, mas considera que isso não impede a estrutura sindical avançar já na próxima semana com uma acção no Tribunal da Praia.
"Primeiro, vamos entrar com uma acção judicial relativamente aos professores aposentados porque desde o mês de Janeiro não deviam estar a fazer descontos para aposentação, consideramos que isso é uma prática indevida e lesiva aos profissionais", afirma Cardoso.
O sindicalista explica que a abertura ao diálogo com o Ministério não significa travar a luta para que as várias pendências sejam resolvidas, por isso avançam aos tribunais e outras instituições nomeadamente a Organização Internacional do Trabalho, Provedoria de Justiça e outros organismos nacionais e internacionais.
Para o mês de Junho está marcado mais um encontro entre o SINDEP e o ministro da Educação e, segundo Jorge Cardoso, caso os pontos consensualizados na reunião de Abril não forem cumpridos pelo MED, será marcada a manifestação geral dos professores para 5 de Outubro.
Refira-se que a estrutura sindical representativa dos professores realizou no passado 1 do corrente, um dia de greve e uma marcha, e foram impedidos de passar defronte do Palácio do Governo, facto que o sindicato repudiou e considerou "um retrocesso uma vez que o arquipélago vive num estado de direito democrático".
O Governo através do Ministério da Educação tem reafirmado o compromisso de continuar a resolver as pendências, mas pede calma e compreensão da classe docente tendo em conta "o momento difícil" devido à crise pandémica, com a clara redução das receitas públicas.
Para o presidente da Afrosondagem, as reivindicações dos professores são justas e devem merecer toda a atenção do executivo.
No entanto, José Semedo afirma que o Sindicato devia esperar pela nova reunião com o ministro agendada para Junho para " ver se haverá evolução positiva ou não, a partir daí então avançar com outras formas de luta incluindo o recurso aos Tribunais".