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Primeira-dama de Cabo Verde recebe prémio internacional de liderança


Primeira-dama de Cabo Verde Lígia Fonseca a receber o prémio da Africa Horizon
Primeira-dama de Cabo Verde Lígia Fonseca a receber o prémio da Africa Horizon

“Em Cabo Verde não existem mordomias”, diz Lígia Fonseca

A primeira-dama de Cabo Verde, Lígia Fonseca, recebeu nesta segunda-feira, 28, em Nova Iorque um prémio internacional de liderança em reconhecimento do seu contributo na valorização do esforço da mulher africana.

Trata-se do "Outstanding Leadership Award", atribuído pela African Horizon, um grupo não-governamental americano.

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Fonseca, que participou, na mesma cidade, em eventos paralelos à Assembleia Geral das Nações Unidas, diz que a distinção representa desafios.

“Este prémio mostra que os olhos estão virados para Cabo Verde, e tudo o que fazemos – de bom ou mal – é visto pelos outros, e dá maior responsabilidade nas nossas acções”, explicou em entrevista à VOA.

A feliz vencedora conta também que terá contribuído para a distinção o facto de, mesmo sendo esposa do Presidente da República, continuar a trabalhar na sua área profissional, a advocacia, e encontrar espaço para inspirar as mulheres e jovens, em particular, na batalha por dias melhores.

Ela orgulha-se de ser realista, daí que desde o momento em que o Presidente tomou posse decidiu não criar nenhuma associação.

“O meu papel é incentivar todas as instituições que já existem e fazem o trabalho”, defendeu.

Vacina contra o cancro do colo do útero

Entre outras acções, Fonseca promove oportunidades para a criação de emprego, vai ao encontro dos jovens nas escolas para falar de direitos, engajamento social e saúde e apoia campanhas de vacinação e de saúde da mulher.

Com os jovens, ela tem um interesse particular na educação para acabar com a violência contra a mulher.

Fonseca diz que Cabo Verde tem um quadro jurídico de protecção das mulheres, “mas a mentalidade não muda com a promulgação de uma lei,” sendo dessa forma importante persuadir os jovens a cultivarem o diálogo na resolução de problemas.

O prémio surge numa altura em que ela tem quer ver resolvida uma preocupação: “Conseguir que seja introduzida a vacina contra o cancro do colo do útero para proteger quanto cedo as meninas. É prioritário em Cabo Verde, mas ainda não foi introduzida.”

Aposta na qualidade de educacão

Além da introdução da vacina contra o cancro do colo do útero, que espera que aconteça próximo ano, Fonseca defende a criação de emprego e a melhoria da qualidade de educacão.

É daí que sugere que nos Objectivos de Desenvolvimento Sustentáveis, recentemente acordados pelos membros das Nações Unidas, Cabo Verde deverá apostar nesse sentido.

“Nós temos que investir numa educação de qualidade, na formação dos nossos jovens para o mundo”, diz.

Natural da Beira, Lígia Fonseca é filha do renomado advogado moçambicano Máximo Dias.

Seguiu a profissão do pai e é admirada, por muitos, por continuar a exercer, e viver longe das mordomias de uma primeira-dama.

Ela tem uma explicação para isso: “Advocacia é o que sei fazer (…) e é um trabalho que dá recursos para o que tenho estado a desenvolver. Tentada a viver de mordomia? nem sequer podia ter essa sensação, porque em Cabo Verde não existem mordomias”, concluiu.

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