O ministro cabo verdiano dos negócios estrangeiros e comunidades disse à VOA que o seu país será exigente para com a Guiné Equatorial, no sentido de respeitar todos os compromissos assumidos, aquando das negociações para fazer parte da CPLP.
Luís Filipe Tavares não considera razoável que o país ainda não tenha abolido a pena de morte ou incrementado o ensino e assumido o português como língua oficial, tal como consta das condições de adesão.
O ministro cabo-verdiano promete trabalhar para influenciar os outros estados membros a seguir na mesma linha de exigências.
O professor universitário Daniel Medina concorda com a posição defendida por Tavares.
Contudo, Medina diz que “talvez fosse melhor fazer todas as exigências antes da entrada do país".
"Agora que já é membro de pleno direito, todos devem ajudar para que a Guiné e Equatorial possa acelerar o processo de cumprimento dos assuntos relacionados com a abolição da pena de morte, o ensino e a institucionalização do português como língua oficial”, destaca Medina.
A entrada da Guiné Equatorial foi muito polémica e ainda continua a ser alvo de críticas.
Mobilidade na agenda
Cabo Verde irá fazer tal pressão ao assumir a presidência da CPLP, que hoje iniciou a XII Cimeira dos Chefes de Estado e de Governo, em Santa Maria, Ilha do Sal.
Além de temas como a cultura, oceanos, ciência e inovação e economia, as autoridades do arquipélago destacam na sua agenda para esta cimeira o badalado “dossiê mobilidade”.
“Temos noção de que não é fácil, mas devemos caminhar passo a passo com solidez no sentido de encontramos mecanismos que permitem a circulação de pessoas e bens no espaço da comunidade”, realça o governante cabo-verdiano.
Esta questão é complexa, por entre outros aspectos, os países da CPLP terem compromissos noutras organizações regionais, como a CEDEAO, Mercossul. SADC ou União Europeia.
Na presente cimeira, participam oito Chefes de estado dos países membros. Consta que o presidente de Timor Leste não teve a visgem autorizada pelo Parlamento do país.