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Cabo Verde: Organizações sociais sem meios para apoiar os mais carenciados


Vendedores no mercado de rua, na Cidade da Praia, Santiago, Cabo Verde
Vendedores no mercado de rua, na Cidade da Praia, Santiago, Cabo Verde

O galopante aumento dos preços de géneros alimentícios e a falta de emprego têm contribuído para dificultar a vida de muitas famílias que, sem alternativas, recorrem às estruturas de apoio social na procura de ajuda.

Organizações de apoio social em Cabo Verde queixam-se da falta de meios para responder às inúmeras demandas de pedido de ajuda que têm aumentado nos últimos tempos, enquanto o Governo promete reforçar apoio às famílias carenciadas tendo em vista a eliminação da pobreza extrema no horizonte 2026.

O Banco Alimentar, segundo a sua presidente, Ana Maria Hopfer Almada, diz que apoia regularmente cerca de 300 famílias com cestas básicas e materiais de higiene, mas que já recebeu centenas de novos pedidos nos últimos tempos, sem no entanto, "possuir meios para responder a todas solicitações", tendo em conta a redução do depósito de géneros por falta de mais ajudas dos parceiros.

“Temos pessoas de boa vontade que colaboram nas campanhas de recolhas junto aos supermercados… fizemos agora em Junho e pensamos fazer novamente em Outubro… mas só isso não é suficiente devido ao número de procuras de pessoas necessitadas", afirma Hopfer Almada que pede novos donativos “para podermos dar respostas e ajudar os cidadãos que nos procuram e que são muitos”.

Na mesma linha, a Casa da Sopa no Mindelo, conforme a responsável, Luisa Helena, ajuda de forma direta cerca de 100 famílias idosas e deficientes, mas vai tendo muita gente a bater às portas da associação, sem, contudo, possuir capacidade para dar respostas às novas solicitações com incidência para jovens mães chefes de família.

O galopante aumento dos preços de géneros alimentícios e a falta de emprego têm contribuído para dificultar a cada dia, a vida de muitas famílias que sem alternativa recorrem às estruturas de apoio social na procura de ajuda para a sobrevivência.

Luisa Helena gostaria de ver uma maior abertura e espírito solidário das empresas e instituições públicas.

“Estamos aqui de mãos atadas para poder dar vazão a esses pedidos que chegam das famílias e pessoas mais jovens, para além de idosos e deficientes que é o público que nós abrangemos… não tem tido muito feedback por parte de comércios e serviços", lamenta Helena que apela a "um sentimento de responsabilidade social e não apenas de caridade".

Cabo Verde: Tendência de redução da pobreza necessita ainda de medidas de políticas
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Por seu lado, o Governo, no quadro do Orçamento de Estado em vigor, beneficiou mais três mil pessoas com a atribuição de pensão social mínima que ronda os 60 dólares mensais.

Durante a discussão com os parceiros sociais da proposta de Orçamento para 2024, o vice-primeiro-ministro e ministro das Finanças prometeu reforçar o apoio às famílias mais vulneráveis.

“Nós temos grande ambição de eliminar a pobreza extrema no horizonte de 2026 e temos que ter um orçamento alinhado e condizente com esta ambiçao… por isso nós vamos aumentar fortemente o número de contemplados com o rendimento social de inclusão, vamos continuar com programa forte de inclusão produtiva e continuar com o plano de cuidados”, disse Olavo Correia.

As Câmaras Municipais também concedem apoios pontuais aos carenciados, mas revelam-se insuficientes devido ao alto custo de vida no país.

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