As autoridades cabo-verdianas receberam nesta terça-feira, 15, 38 pessoas com vida e 7 corpos resgatados de uma jangada quando tentavam chegar a Europa.
O ministro da Administração Interna diz que o Governo irá dar todo o apoio necessário, mas que o país não tem condições e nem intenção de instalar centro de acolhimento permanente de migrantes.
O presidente da Plataforma das Comunidades Africanas reconhece a fragilidade do arquipélago, mas acredita ser a hora do Governo começar a encontrar alternativas para acolher esses migrantes.
Depois de problemas na viagem e do alerta recebido, as autoridades na ilha do Sal solicitaram o apoio de uma embarcação de pesca espanhola que se encontrava nas proximidades, e que transportou 38 pessoas com vida e 7 corpos, um dos quais faleceu durante a viagem de resgate para o Porto da Palmeira.
Fonte da Polícia Nacional na ilha do Sal, adiantou à Voz da América que a maioria dos resgatados é proveniente do Senegal, mas também há nacionais da Guiné Bissau no grupo.
A mesma fonte avançou ainda que está-se nos procedimentos de triagem e busca de mais dados para se conhecer as nacionalidades de todos os migrantes que são de países africanos.
O ministro da Administração Interna reitera que sempre que casos destes acontecem as autoridades prestam os apoios e assistência necessários até se iniciar diligências para o repatriamento dos referidos cidadãos para os países de origem.
“Nós continuaremos a prestar a assistência humanitária… todos os cuidados que do ponto de vista de saúde se impuserem até a sua completa recuperação… mas temos as nossas preocupações fronteiriças e as autoridades irão tomar as medidas no sentido de garantir segurança dos que vêm e também dos nossos cidadaos”, afirma Paulo Rocha.
O governante alerta que se trata de uma situação complexa e que deve ser encarada com a necessária responsabilidade, mas explica que devido às fragilidades e dificuldades do país, não está no horizonte a criação de centros permanentes de acolhimento no arquipélago.
Rocha acrescenta que “há outras questões que estão no plano diplomático e que vão ser tratadas, mas nós não pomos a hipótese de manter aqui centros de acolhimento permanente porque não faz sentido, atendendo à nossa condição de país arquipelágico e com todos os nossos problemas”.
O presidente da Plataforma das Comunidades Africanas diz reconhecer as dificuldades, mas entende que se devem criar mecanismos e estruturas para lidar com essa matéria.
“Nós, como um país de solidariedade e promoção dos direitos humanos, deveríamos realmente começar a ter mecanismos que são apropriados para amenizar a dor e sofrimento dessas pessoas”, defende José Viana.
Até agora sabe-se que o barco partiu com 101 pessoas do Senegal e tinha por destino a Europa.
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