As autoridades cabo-verdianas receberam quase três mil pedidos de legalização por parte de estrangeiros que vivem no país desde o dia 15 de Janeiro, quando foi aberto este pedido adicional de legalização.
Na sua esmagadora maioria, são naturais de países da Comunidade Económica de Estados da África Ocidental (CEDEAO).
O ministro da Administração Interna considerou nesta sexta-feira, 4, que o número representa uma “forte adesão” dos imigrantes indocumentados e lembrou que, aquando do processo semelhante em 2015, apenas cerca de mil mostraram-se interessados.
Até agora, foram registados 2.671 processos na plataforma criada para o efeito, equivalente a 88% dos pedidos.
“Estamos a falar neste momento de mais de 2.600 pedidos já formulados em menos de dois meses”, apontou Paulo Rocha em declarações à imprensa na cidade da Praia.
Entre as causas desse interesse, o governante apontou que “as pessoas sentem a facilidade do processo” e que não têm aquele receio de “se dirigirem à polícia para entregarem os documentos” por ser por via electrónica.
Paulo Rocha apelou ainda à participação de todos os imigrantes em situação irregular e reconheceu a participação das comunidades, em particular a dos guineenses.
A maior parte dos pedidos foi feita na ilha de Santiago, a mais populosa e onde está a capital, Praia, seguida de Sal e São Vicente.
Também hoje arrancou a última fase do processo, a recolha de dados biométricos, antes da entrega dos primeiros títulos que devem ser entregues ainda neste mês, mas o processo de legalização termina só a 15 de Junho.
Desconhecem-se quantos imigrantes indocumentos vivem em Cabo Verde, mas em 2018, o Instituto Nacional de Estatísticas informou que cerca de 18 mil tinham a sua situação regularizada, o equivalente a três por cento da população, que ronda o meio milhão de habitantes.