A TACV, transportadora aérea de Cabo Verde, deixou, no final de Julho, de realizar voos de ligação entre as ilhas do arquipélago.
As operações áreas domésticas passam a ser asseguradas exclusivamente pela Binter, empresa privada originária das Canárias, que passou 49 por centro das ações ao estado, após a celebração de um acordo entre as partes.
A decisão da saída da companhia estatal dos voos internos foi tomada pelo governo, na sequência de pressões de parceiros internacionais, nomeadamente o Banco Mundial, devido a avultados gastos que a empresa acarretava aos cofres de estado.
Para os trabalhadores a situação da empresa era difícil e impunha tomada de medidas, mas não esperavam este desfecho.
“O sentimento relativamente a suspensão dos voos domésticos pelos TACV é de muita mágoa”, disse um dos trabalhadores que não escondia lágrimas no canto dos olhos.
Outro trabalhador, também sob anonimato, disse que “esperamos que a reestruturação e a criação da TACV internacional se faça da melhor forma para que o país continue a ter uma companhia de bandeira”.
Os trabalhadores mostram-se apreensivos com o futuro, uma vez que já foi anunciado o despedimento de parte significativa de pessoal, tendo em conta que a TACV ficará apenas a operar nas linhas internacionais.
O Governo diz que todos os direitos dos trabalhadores serão garantidos, havendo pessoas que devem ir para a reforma, outras indemnizadas. Há promessa de acesso a linhas de créditos em condições vantajosas para abrirem os próprios negócios.