No rescaldo das eleições legislativas de Cabo Verde realizadas no domingo passado e ganhas pelo MpD, na oposição, questiona-se agora o futuro dos líderes dos restantes partidos.
Janira Hopffer Almada, do PAICV, no poder desde 2011, e António Monteiro, da Ucid, que, embora tenha aumentado a sua presença no Parlamento para três deputados não conseguiu formar um grupo parlamentar, têm posições diferentes.
Janira Hopffer Almada, que preside o PAICV desde Dezembro de 2014, assumiu o risco de tentar o quarto mandato depois de o partido ter governado o país durante três legislaturas consecutivas.
Mas não conseguiu. O MpD, na oposição, venceu com 53, 5 por cento, enquanto o PAICV não foi além de 37,5 por cento e Ucid, com 6,8 por cento.
“Penso que é uma questão que sinceramente não coloca, continuarei a exercer as minhas funções de presidente do PAICV enquanto o partido entender que eu sou útil”, garantiu Hopffer Almada a jornalistas, reiterando que nunca exerceu nem exercerá nenhum cargo por apego ao poder.
Posição diferente tem o presidente da Ucid, que, no entanto, não quer revelar o seu destino à frente do partido.
Antes das eleições, António Monteiro disse que deixaria a liderança da Ucid caso conseguisse os cinco deputados que lhe permitiriam formar um grupo parlamentar. Agora, diz ainda não sabe.
“Eu disse que repensaria a minha posição, mas tal como disse a um jornalista no domingo (20) ainda não sei “, afirmou Monteiro, sem dar mais detalhes.
No domingo, 20,com uma taxa de abstenção de 34, 5 por cento, o MpD conquistou 40 dos 72 lugares no Parlamento, PAICV 38 e Ucid 3.
Ulisses Correia e Silva, presidente do MpD, será o futuro primeiro ministro, cujo nome já foi apontado pelo partido ao Presidente da República que também recebeu o aval do PAICV e da Ucid.
O próximo chefe do Governo, que deverá ser empossado em Abril.