O economista cabo-verdiano Paulino Dias defende a aceleração da privatização de empresas face à crise económico-financeira derivada da pandemia da Covid-19, mas considera que o processo deve obedece ra critérios claramente transparentes.
Igual posição é defendida por parceiros de desenvolvimento de Cabo Verde, como o Banco Mundial e o Fundo Monetário Internacional, que recomendam o Governo do arquipélago a acelerar o processo de privatização .
Empresas de administração dos portos, aeroportos, transportes aéreos, produção e distribuição de electricidade e água figuram da lista a privatizar e ou a concessionar.
No que toca à redução de trabalhadores nas empresas por privatizar, Dias diz que isso não é linear, citando o exemplo de empresas, como a CV Telecom) que saíram da gestão estatal e até aumentaram o número de funcionários.
Isso “dependerá da dinâmica e política de investimentos a ser feita pelos novos accionistas", alerta aquele especialista.
Por seu turno, o presidente da Confederação dos Sindicatos Livres (CCSL) não se posiciona contra as privatizações, mas espera que nenhum trabalhador saia prejudicado nos direitos adquiridos, tal como aconteceu no passado com a antiga Empresa Pública de de Abastecimento, entre outras .
José Manuel Vaz considera importante a auscultação dos sindicatos e o envolvimento dos trabalhadores no processo para que tudo fique claro na assunção dos compromissos.
"Acho que para além das indemnizações, deve-se dar oportunidade aos trabalhadores com idade a partir de 55 anos o direito a uma reforma, para que haja uma situação justa de privatização aqui em Cabo Verde", defende Vaz.
A VOA contactou o coordenador do Gabinete de Privatizações que nos remeteu à assessoria de imprensa para colocar as questões ao vice-primeiro-ministro e ministro das Finanças, mas não houve qualquer até o fecho desta peça..