O Movimento para a Democracia (MpD), no poder em Cabo Verde, antecipou para o último trimestre deste ano, a sua Convenção Nacional, prevista para 2026, que vai eleger o presidente do partido e candidato a primeiro-ministro nas legislativas do próxio ano.
O atual presidente e primeiro-ministro garantiu já o apoio da Direção Nacional do partido a um terceiro mandato, depois de neste domingo, 12, aquele órgão ter manifestado “um apoio claro e inquestionável ao atual líder", de acordo com o seu porta-voz.
“Esta decisão reflete o apoio esmagador e expresso de todos os conselheiros ao dr. Ulisses Correia e Silva, reconhecendo o trabalho que tem sido realizado tanto no partido quanto na governação do país", afirmou Orlando Delgado, no final da reunião da Direção Nacional que aprovou o plano de atividades e orçamento para 2025 e anlisou também a situação política após as eleições autárquicas de 1 de dezembro, que o partido perdeu para o PAICV, principal partido da oposição, a nível nacional.
Delgado confirmou que a Convenção Nacional será realizada no último trimestre deste ano “para legitimar o dr. Ulisses Correia e Silva como líder do partido e criar espaço para aquele que dentro do partido, o que é normal num partido como o MpD, em que pode haver vozes dissonantes, possa apresentar a sua candidatura”.
Aquele dirigente do partido no poder avançou aos jornalistas, ainda antes do fim da reunião, que “não há dissidente entre os conselheiros” e também descartou que não vão “rolar cabeças” devido à derrota nas eleições autárquicas.
Orlando Delgado reconheceu que “há críticas há governação, há críticas às escolhas para as eleições”, mas que “estamos aqui para rolar cabeças (risos) mas por Cabo Verde”.
Quanto a uma eventual remodelação governamental, a pouco mais de um ano das legislativas, aquele porta-voz reconhecer que o tema foi abordado, mas acrescentou que “todos os conselheiros são de opinião que é uma competência do primeiro-ministro que deverá, em sede própria, analisar essa possibilidade, e caso entender que uma ou outra área deve ser reforçada, entao avançará para uma certa remodelação, mas isso não foi nem discutido, nem exigido”.
Outras candidaturas
A Direção Nacional, em cuja reunião participaram dirigentes convidados, elegeram o antigo presidente do partido, Agostinho Lopes, para o cargo de secretário-geral, substituindo assim Luis Silva, que colocou o cargo à disposição depois das eleições autárquicas.
Apesar do apoio da direção do MpD a Ulisses Correia e Silva, o deputado Orlando Dias, que não esteve na reunião, já anunciou que vai apresentar a sua candidatura à ldierança do partido.
Paulo Veiga, antigo ministro e que se demitiu em setembro de 2024 do cargo de líder parlamentar por considerar haver discordância entre a Comissão Política Nacional e o Governo, também não esteve presente no encontro.
Fontes próximas de Veiga indicam que ele pode apresentar uma candidatura à presidência do partido.
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