Cabo Verde deve continuar a apostar em energias renováveis e na mobilidade eléctrica como forma de minorar os efeitos das mudanças climáticas, ideia defendida pelo primeiro-ministro e corroborada por um especialista e estudioso na área ambiental.
Jaquelino Varela, doutorando em alterações climáticas e Políticas de Desenvolvimento Sustentável na Universidade de Lisboa, aponta as zonas costeiras e os recifes de corais como sendo as grandes ameaças das mudanças climáticas para o ecossistema cabo-verdiano.
“Projecções climáticas apontam para um forte impacto no sector das pescas causado pela redução da população de muitas espécies marinhas, tornando assim esta importante actividade económica para Cabo Verde muito menos rentável”, disse.
O biólogo reconhece a aposta do país nas energias renováveis e na introdução de veículos eléctricos, mas alerta que Cabo Verde deve mobilizar financiamentos para outrasacções climáticas.
Varela pensa que “Cabo Verde deve continuar a apostar nas energias renováveis, de modo a reduzir a suas emissões de gases de efeitos de estufas e adquira a independência dos combustíveis fósseis, embora a nossa contribuição no cenário global seja insignificante”.
Cabo Verde está presente na 26ª conferência das Nações sobre as alterações climáticas, que decorre desde Glasgow, com uma delegação chefiada pelo primeiro-ministro, Ulisses Correia e Silva, governante quevai reafirmar o compromisso do país para a redução do aquecimento global.
“Nenhum país de per si consegue dar uma solução que é global e depende muito dos países mais poluentes (…) dos países que têm maior capacidade, também, de intervenção financeira para garantir que o mundo esteja mais sossegado num futuro próximo relativamente às ameaças graves que existem, para o clima e para o planeta terra”, disse Correia e Silva.
Ele disse que aposição do arquipélago está em sintonia com a dos países africanos e na linha dos pequenos Estados insulares que precisam de uma atenção especial.