Cabo Verde, país com extensa zona económica exclusiva, “não tem capacidade para fiscalizar de forma contínua e efectiva”, por isso deve reforçar o plano de cooperação com os parceiros, diz o coronel Emanuel Brito, especialista em questões de defesa e segurança.
Brito diz que as operações conjuntas realizadas de "forma esporádica não resolvem o problema".
Recentemente, foi reportado que um submarino passou por Cabo Verde com avultada quantidade de droga, e esta terça feira, 25, foi localizada na costa do Paul, ilha de Santo Antão, uma pequena embarcação com seis corpos em decomposição à bordo.
O entrevistado da VOA realça a capacidade técnica do centro de operação COSMAR sediado na Praia, na fiscalização de navios flutuantes a longo alcance, mas que já não dá a mesma resposta quanto à unidades submarinas utilizadas agora pelas redes do tráfico.
Quanto à prestação de socorro no mar, aquele oficial superior militar considera que o pais precisa de arranjar, pelo menos, mais um barco tipo "guardião e adquirir helicópteros" de que tanto se fala há quarenta e quatro anos, praticamente desde a independência em 1975.
"No entanto, penso que com os meios existentes, podia-se fazer uma patrulha de forma mais regular no território marítimo nacional, mas parece que tal não acontece devido à razões de ordem orçamental - falta de meios financeiros para tal", afirma o coronel na reforma.
João de Deus Carvalho, antigo capitão de Portos de Sotavento, também diz queCabo Verde não consegue dar resposta mais alargada em matéria de fiscalização e prestação de socorros no mar.
Ele entende que se trata de uma missão difícil mesmo para outros países com mais possibilidades financeiras, mas o executivo deve reforçar a guarda costeira.