As campanhas de José Maria Neves e Carlos Veiga são criticadas por realizar comícios que juntam centenas de pessoas, indo em contra mão às recomendações para conter a propagação da Covid-19 em Cabo Verde.
As enchetes são alvo de críticas de analistas politicos e de outros cinco candidatos presidenciais, cuja votação será a 17 do corrente.
O antigo ministro da Saúde, Dário Dantas dos Reis, entende que não faz muito sentido pedir o cumprimento escrupuloso das medidas sanitárias e no momento da campanha fazer-se de forma diferente.
"Não há dúvidas que esta aglomeração de pessoas facilita a transmissão da doença; isto é um facto concreto, principalmente quando aqui em Cabo Verde o nível da segunda dose de vacinação ainda é baixo, por isso devia haver um pacto para a não realização de comícios", afirma o cardiologista.
Na opinião do analista político José António dos Reis, todos os candidatos deviam seguir o mesmo exemplo e respeitar as normas sanitárias para evitar a propagação do vírus.
"Quando temos pessoas que deviam dar exemplo, eque, infelizmente, não estão a agir de acordo com aquilo que durante muito tempo andaram a exigir à população, que pautasse a sua conduta pela manutenção do distanciamento,” diz António dos Reis.
Para ele, “se depois das eleições as coisas pioraram, em termos de infecções, não terão moral de pedir para se cumprir as normas sanitárias".
Os sete concorrentes entram na última semana de campanha que termina na sexta-feira, 15, dois dias antes da realização da eleição para escolha do novo Presidente da República, sucessor de Jorge Carlos Fonseca.
Os dois candidatos criticados, que já ocuparam a pasta de primeiro-ministro, são os únicos que têm apoio dos principais partidos politicos.