A onda da Covid-19 que arrasa Cabo Verde há quatro semanas colocou em quarentena cinco ministros, que deram positivo ao vírus, e alguns departamentos governamentais estão com pessoa reduzido, o que pode afectar nos próximos dias o próprio desempenho da máquina do Estado.
O anúncio de que cinco membros do Governo estão com a Covid-19 foi feita pelo primeiro-ministro na quarta-feira, 5, após apresentar uma mensagem à nação, juntamente com o Presidente da República, em que os dois apelaram à vacinação e a respeitar as medidas sanitárias e restrições para combater a pandemia.
“Estou neste momento com um gabinete praticamente parado. Está a afectar pessoas de segurança e está a afectar profissionais de saúde, que é onde a acção é muito mais complicada”, afirmou Ulisses Correia e Silva.
Em São Vicente, o segundo maior hospital do país tem 40 funcionários em quarentena devido à Covid-19.
“Ao todo temos cerca de 40 profissionais, das diversas categorias, infectados, o que nos deixa bastante prejudicados no nosso dia-a-dia. Portanto, fizemos a reorganização em termos de escalas, com escalas mais apertadas, mas já sabemos que a convalescença é de sete dias, dos casos leves, e felizmente temos toda a gente do hospital vacinada. E muitos já tomaram a dose de reforço”, afirmou aos jornalistas Ana Brito, presidente do Conselho de Administração do Hospital Dr. Baptista de Sousa.
Brito acrescentou que o hospital está reservado para os doentes com evolução mais grave da Covid-19 e para as pessoas cujos sintomas ultrapassem os cinco dias, que estejam a aumentar e que tenham dor torácica e falta de ar.
Na quarta-feira, o Ministério Público anunciou mais 1397 novas infecções e um óbito.
O país registou, desde o início da pandemia, 355 óbitos, e tem um total de 45989 casos.
Na terça-feira, o Ministério da Saúde confirmou a presença da variante ómicron que foi defectada pelo 80 por cento das amostras enviadas para análise no Instituto Pasteur, em Dakar, Senegal.