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Deportados dos Estados Unidos com adaptação difícil em Cabo Verde


João da Rocha, deportado inserido em Cabo Verde
João da Rocha, deportado inserido em Cabo Verde

Cabo Verde enfrenta o drama de jovens deportados dos Estados Unidos que, na terra dos pais, encontram muitas dificuldades na sua adaptação num país que desconhecem.

A Brava é a segunda ilha que mais deportados recebeu dos Estados Unidos, na sua grande maioria depois de cometer crimes na América do Norte.

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Muitos jovens de origem cabo-verdiana que praticamente cresceram em terras americanas e agora não conseguem adaptar-se à nova realidade da vida em Cabo Verde.

A viver uma nova realidade, alguns deportados entraram na estrada à procura de oportunidades para continuar a levar a vida de forma normal, como bons cidadãos.

Houve deportados que fizeram formação técnica profissional e começaram a trabalhar na agricultura e construção civil.

São oportunidades oferecidas pelo Governo em parceria com as câmaras municipais e também de privados.

Apesar das dificuldades naturais que enfrentam, nomeadamente o estigma e a barreira da língua, João da Rocha, deportado há 23 anos, contou à VOA que cedo enveredou-se pela área do desporto, incentivando os jovens bravenses a praticarem o basquetebol, na altura pouco desenvolvida na ilha.

Em termos profissionais, dedicou-se à pintura e criação de animais, pelo que o mesmo se sente integrado na sociedade bravense.

“Acho o desporto, uma boa via, gosto do basquetebol e estou a trabalhar para levantar a modalidade na Brava. Sempre transmito isso aos outros jovens deportados, mostrando-lhes que estando em Cabo Verde, devemos lutar para mostrarmos aos outros que somos capazes de dar novo rumo a nossa vida”, conta João da Rocha.

No processo de integração, João da Rocha ressalva a colaboração das autoridades, mas destaca a importância do apoio familiar.

Numa outra volta pela cidade Nova Sintra cruzamos com Rene, deportado para Cabo Verde em Junho de 1994.

Conta que no inicio sofreu discriminação, situação que criou nele alguma revolta.

O presidente da Câmara Municipal da Brava que foi emigrante durante nos Estados Unidos reconhece que muitos deportados têm se esforçado para se inserirem na sociedade cabo-verdiana.

Orlando Bala afirma que a edilidade ajuda os munícipes de uma forma geral, mas tem consciência da necessidade dos poderes local e central desenvolverem outras acções sólidas para apoiar os repatriados.

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