O Banco alimentar da Fundação Donana regista, nos últimos dias, muitos pedidos de ajuda e não tem capacidade de resposta
"Neste momento, não temos um quilo de arroz, nem óleo; temos muito feijão dado por uma empresa que distribuímos e também produtos de higiene", afirma a presidente da Fundação, Ana Hopher Almada.
A situação, que exacerba o impacto da pandemia da Covid-19, ocorre quando o país regista uma subida de preços de produtos alimentares.
“Tínhamos 300 famílias que ajudávamos, como idosos e acamados, mas agora a procura triplicou; mesmo gente jovem que perdeu emprego nos procura a pedir apoio alimentar,” diz Almada.
Face a isso, Almada pede ao Governo que “defina políticas públicas e arranje solução para esta situação que está a tornar-se insustentável".
Recentemente, o primeiro-ministro, Ulisses Correia e Silva, admitiu haver cenários localizados de insegurança alimentar, mas argumentou que isso não era razão de se falar fome.
No entanto, o economista António Baptista opina que "não faz sentido estarmos a filosofar sobre a questão do conceito de fome”, uma vez que os sinais das organizações de ajuda já alertam.
“O Governo não precisa de esperar para tomar medidas que se impõem”, sugere Baptista.
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