As redes sociais em Cabo Verde revelaram, nos últimos dias, indignação e estupefacção dos internautas com o assalto na quinta-feira, 1, à noite aos passageiros de um autocarro por um grupo armado e com os seus elementos encapuzados, numa das áreas nobres da capital, Praia.
Testemunhas relataram que um passageiro que tentou levantar-se levou uma coronhada.
A polícia chegou quando os assaltantes já tinham fugido.
No momento em que o país vive uma forte crise económica e com reflexos no aumento galopante dos preços de produtos alimentares e outros bens, nota-se o registo de vários de casos de roubos às residências e assaltos alguns em pleno dia nas vias públicas.
Entretanto, para o antigo Chefe de Estado Maior General das Forças Armadas e ex-Conselheiro Nacional da Segurança, o recrudescimento da criminalidade, sobretudo na capital, não tem uma ligação directa com a pobreza.
"Os assaltantes -criminosos já tomaram o pulso às autoridades e infelizmente eu tenho que dizer, quanto a mim o que faz falta neste momento é um apertar no combate, uma repressão no combate dos criminosos que andam a aterrorizar os cidadãos ", diz Antero Matos, quem defende um engajamento mais profundo do Estado na "aplicação da lei em todo o sentido quer na actuação das forças de segurança e da Justiça".
Por sua vez, o Director Nacional da PN afirma que a corporação continua empenhada no trabalho que visa garantir a segurança aos cidadãos.
Emanuel Moreno diz que nem tudo depende da PN, "mas nós estamos 24 horas no terreno a patrulhar e trabalhando em colaboração com demais forças de segurança e outras estruturas dando atenção também na prevenção, para dar segurança e tranquilidade às pessoas e bens".
Refira-se que o último relatório anual da PN revelou um aumento da criminalidade de 33 por cento de crimes em 2021 em Cabo Verde.