O Movimento para a Democracia (MPD)continua a ser o maior partido autárquico em Cabo Verde, mas o Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV) saiu reforçado das oitavas eleições municipais realizadas no Domingo, 25, ao conquistar mais seis câmaras municipais com destaque para a vitória na cidade da Praia, a capital do arquipélago.
O MPD que antes detinha 18 passa agora a governar em 14 municípios, enquanto o PAICV maior partido da oposição passa de dois para oito.
Realce ainda para o novo cenário na Câmara de São Vicente, na qual o MPD ganhou mas sem maioria absoluta. Assim, o partido com quatro vereadores está obrigado a negociar com a UCID e o PAICV a aprovação de instrumentos de governação.
Para o jornalista José Vicente Lopes, os resultados alcançados pelo PAICV são um grande balão de oxigénio para o partido liderado por Janira Hopffer Almada, que passa agora da defensiva para a ofensiva pensando nas eleições legislativas do próximo ano.
"Penso que para uma força política que estava numa situação humilhante de apenas ter duas câmaras num horizonte de 22, ganha novo fôlego. O que faz o MPD a entrar claramente num processo de discurso defensivo,ao passo que o PAICV tem todas razões para continuar na ofensiva", defende Lopes.
Para ele, a queda da Praia é uma clara derrota do candidato Óscar Santos, que procurava a reeleição, mas diz que de certa forma, a responsabilidade tambémrecai sobre opartido MPD e o seu líder Ulisses Correia e Silva.
A mesma opinião tem o sociólogo Henrique Varela que diz que o resultado do PAICV nas autárquicas de domingo constitui sinal claro do reforço da liderança partidária de Janira Almada.
"Ela sai reforçada, agora creio que os opositores internos não têm outra saída senão juntar-se à líder, visando os próximos embates eleitorais com realce para as legislativas de 2021", realça Varela.