Ambientalistas cabo-verdianos pedem uma maior intervenção do Estado na criação de leis e, sobretudo, uma maior dinâmica na fiscalização no momentm em que apontam certa regressão em alguns aspectos em matéria da protecção do ambiente.
Tommy Melo, da organização da Biosfera I, acusa o Estado de ter o principal entrave à protecção do ambiente e sustenta que dele ser ele que deve criar políticas claras em termos de legislação e exercer lo forte poder de fiscalização.
Na mesma linha, o presidente da Associação da Defesa do Ambiente, Januário Nascimento, pede mais abertura do sector público ao envolvimento das Instituições da sociedade civil nas politicas e projectos ambientais.
Na opinião de Melo, a população de uma forma geral tem conhecimento da importância e cuidados a ter na preservação do ambiente, por isso o caminho passa por “tomar medidas em direcção a melhorar o nível de vida de muitas famílias e depois ser implacável contra os infractores”.
No caso das tartarugas, por exemplo, o dirigente da Biosfera I regista com satisfação as regulamentações aplicadas que impedem a captura e considera que está-se a dar passos em frente.
O mesmo não acontece em relação às áreas marinhas protegidas, a gestão da pesca de mergulhos, bem como na apanha da areia.
"No caso das áreas marinhas protegidas, penso que estamos a regredir pelo facto da demora em se conseguir legislar e aprovar planos de gestão, na pesca de mergulho todos estão a reclamar por se ter uma lei que não serve a ninguém, enquanto na apanha da areia, neste momento, estão a avançar para a extracção de inertes a nível submarino com batelões sem que sejam feitos grandes estudos e isso pode ser um revés muito grande a nível do eco-sistema marinho", adverte o ambientalista sediado em Mindelo.
No que se refere à gestão de resíduos, Januário Nascimento destaca o bom trabalho que algumas estruturas privadas estão a fazer na reciclagem do plástico, pelo que sugere maior apoio do Estado.
"É claro que deve haver um maior envolvimento do Governo para fazer esse trabalho de reciclagem, que nós pensamos ser muito importante porque o plástico polui a natureza", afirma.
Aquele ambientalista ressalta ainda “a necessidade de se apostar mais no ordenamento do território, conversação do solo, evitar construções nas encostas e leito de ribeiras, resolver o problema da água aí apostar-se na agricultura ecológica e inovadora com novas tecnologias, sem esquecer uma maior protecção do território marinho”.
Januário Nascimento defene ainda uma maior integração do arquipélago nos programas em curso no continente africano, particularmente da sub-região da CEDEAO.