A Renamo diz que ainda não se pode cantar vitória, na sequência da morte de sete líderes jihadistas em Cabo Delgado, e manifesta-se preocupada com alegados casos de violação de direitos dos cidadãos nas zonas de conflito.
Esta posição foi defendida pelo Conselho Nacional da Renamo que esteve, recentemente, reunido em Nampula, para analisar vários aspectos da vida política, económica, social e militar do país, sobretudo o terrorismo, que de acordo com a sua constatação já está a alastrar-se à zona sul.
O porta-voz da Renamo, José Manteigas, disse que "a situação do terrorismo em Cabo Delgado e Niassa, preocupa o nosso partido, porque agora já se fala também de Nampula e Inhambane, pelo que tudo deve ser feito para que as acções dos terroristas não cheguem a todo o país".
As autoridades governamentais dizem que pelo menos sete líderes terroristas foram mortos em Cabo Delgado, um dos quais no passado sábado, em Mocímboa da Praia.
Para a Renamo, ainda não se pode cantar vitória "antes de termos resultados plausíveis”.
Este partido aconselha o “Governo a estar mais focado em acções combativas, e sobretudo salvaguardar as liberdades e os direitos dos cidadãos nas zonas afectadas, porque temos conhecimento de actos de barbaridade perpetrados pelas Forças de Defesa e Segurança".
Logística
Fonte militar disse, entretanto, que esta informação não pode ser confirmada, porque não é prática das forças no terreno maltratar as pessoas.
Entretanto, o Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, falando esta quarta-feira (2) em Pemba, capital provincial de Cabo Delgado, disse que os insurgentes estão com sérios problemas logísticos.
"Os insurgentes estão agora com sérios problemas de comida e estão a matar jovens que tentam fugir porque já estão cansados de estar nas matas, sem sapatos, sem comida", afirmou o estadista moçambicano.
As acções terroristas, em Cabo Delgado, iniciaram em 2017. Mais de 3500 pessoas foram mortas e 850 mil forçadas a abandonar as suas zonas. Os ataques são feitos por um grupo associado ao Estado Islâmico.