O grupo armado, que tomou de assalto e controlo a sede distrital de Macomia na sexta-feira, 10, abandonou neste sábado, 11, a vila com um rasto de destruição e vários corpos abandonados, contaram vários residentes à Voz da América.
Os insurgentes abandonaram a vila no meio da tarde de hoje, após destruírem infraestruturas públicas e privadas, saquearem o comércio e deixarem corpos de militares e civis espalhados em vários bairros da vila.
As forças do Ruanda, do Botswana e da África do Sul, reforçaram hoje o contingente moçambicano, que voltou a se reposicionar na vila.
"Há muita destruição e mortos. Em Napuluvo vi dois corpos militares, Nanga vi um outro corpo. Contabilizei cinco mortos, dois ontem e três hoje. Ainda há corpos da UIR na zona do campo", conta um residente, adiantando que a população está a ressurgir timidamente na vila.
Um corpo está abandonado numa oficina local.
"As Forças Armadas de Moçambique estão a recolher os corpos", acrescenta outro morador, que descreve muita destruição.
"Os edifícios dos serviços de segurança social, infraestrutura e de registo e notariado já destruíram, vandalizaram a organização Ação Contra Fome, levaram todas as viaturas da organização" precisa a mesma fonte, anotando que vários armazéns com alimentos foram vandalizados.
O grupo, disse outro morador, levou dois camiões de carga, com alimentos que eram destinados para os distritos do norte de Cabo Delgado.
Os insurgentes deixaram a vila cerca das 13 horas.
O ataque de ontem ocorreu numa zona antes controlada pela força da missão regional da Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral, SAMIM, que está em progressiva retirada até julho.
O ataque foi confirmado pelo Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, em Maputo, e pelo comandante geral da Polícia, Bernardino Rafael, que falava em Chimoio.
Em 2020, os insurgentes atacaram e ocuparam a sede distrital de Macomia, após terem ocupado outras três sedes distritais, nomeadamente Mocimboa da Praia, Quissanga e Muidumbe, em Abril desse ano.
Os primeiros ataques da insurgência em Cabo Delgado, posteriormente reclamados pelo autodenominado Estado Islâmico, aconteceram em outubro de 2017.
Fórum