Analistas sugerem que durante a operação que resultou na recuperação da vila de Mocímboa da Praia, há cerca de uma semana, pelas forças ruandesas e moçambicanas, os insurgentes poderão ter se dispersado em pequenos grupos para reorganizar-se e lançar novos ataques.
Este fim-de-semana foram publicados alguns estudos sobre a operação de Mocímboa da Praia, entre os quais o da ACLED - Armed Conflict Location and Event Data Project, uma organização não-governamental especializada na recolha, análise e mapeamento de dados relativos a conflitos.
De acordo com a investigação, os terroristas têm muito boa informação, boa inteligência e estavam bem informados sobre o que estava para acontecer, "dispersaram-se em pequenos grupos e mantêm as suas forças intactas".
Bases de terroristas
O investigador Borges Nhamirre, especialista em questões de segurança, diz que isso representa uma grande preocupação, porque os líderes da insurgência não foram neutralizados e não foram retirados do combate.
Para Nhamirre, isso significa que eles estão activos em algum lugar, "porque Mocímboa da Praia nunca foi a principal base dos insurgentes, eles têm outras bases importantes nas matas a partir das quais atacaram quatro sedes distritais antes de ocuparem Mocímboa da Praia".
O analista, o jornalista Fernando Lima, entende também que "ainda há bases importantes dos terroristas, que não foram desactivadas, e penso que vai ser difícil fazê-lo porque estão localizadas no meio da floresta".
Por seu turno, o analista Moisés Mabunda afirma que, para além disso, há insurgentes que escondem as armas e se fazem passar por elementos das populações. "É preciso neutralizar esses homens porque podem estar a preparar novos ataques", defende.
