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Cabo Delgado: Governo anuncia recuperação de Mucojo de insurgentes ligados ao Estado Islâmico


Militar moçambicano
Militar moçambicano

O Governador de Cabo Delgado, Valige Tauabo, celebra que uma operação conjunta das tropas moçambicanas e ruandesas permitiu a recuperação e controlo de Mucojo, um importante entreposto comercial em Macomia, tomado há quatros anos por um grupo de insurgentes, mas analistas mostram-se céticos.

Tauabo confirmou o ganho, na décima segunda sessão do governo provincial, na quarta-feira, 18, referindo que o posto administrativo de Mucojo foi recuperado em Agosto, após uma operação coordenada das forças armadas.

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As forças ruandesas foram redimensionadas para atuar no distrito de Macomia, após a retirada em Julho de 2024 do contingente militar da missãoda de países da Áfrioca austral (SAMIM), destacado em meados de 2021 para ajudar Moçambique no combate ao grupo ligado ao Estado Islâmico.

“Em Mucojo, nós não aconselhamos a população a fazer-se presente neste momento, porque ainda estamos a restabelecer um bom ambiente”, após o sucesso da operação da força conjunta, disse Valige Tauabo, realçando que tal visa assegurar que não hajam danos humanos com minas caseiras usadas pelos insurgentes nos últimos meses.

O governante desencoraja igualmente o regresso da população para as zonas de Mucojo, Quiterajo e Pangane pelo facto de haver suspeitas da existência de material de guerra escondido. Anotou que o grupo migrou para o distrito de Muidumbe, onde continua a fazer ataques.

“A perseguição que está a acontecer, através das nossas Forças de Defesa e Segurança, Força Local, Força da Tanzânia e do Ruanda, coloca os terroristas encurralados”, disse.

Risco prevalece

Estudiosos moçambicanos, que seguem a insurgência desde o sue início em 2017, elogiam o ganho das forças conjuntas em Mucujo, mas não esperam grandes mudanças do paradigma de segurança da província de Cabo Delgado.

O sociólogo João Feijó anota que várias aldeias destas zonas eram consideradas pseudo-terroristas, onde as forças estatais e serviços públicos não eram permitidas.

“As forças moçambicanas têm estado a avançar no terreno, e esta retomada da base de Mucojo é um sinal positivo, muito satisfatório, mas é preciso que estejam numa situação de alerta. O terrorismo ainda é um problema que não esta resolvido em Cabo Delgado”, diz o analista político Dércio Alfazema.

Eleições

Por outro lado, Alfazema observa que no contexto eleitoral as forças de defesa devem se empenhar para garantir que população exerça o direito de voto.

“Nos temos uma democracia e eleições condicionadas em Cabo Delgado, é preciso que todos estejamos cientes disso, e alguns distritos são críticos, como o caso de Quissanga, onde o recenseamento decorreu fora do calendário eleitoral e de forma condicionado”, recorda. “Os partidos estão a trabalhar, estão a realizar a campanha, mas a ameaça e o risco de ocorrência de qualquer situação extrema está sempre presente”.

Novos ataques

Entretanto, vários relatos indicam que cinco insurgentes terão sido mortos, na terça-feira, 17, nas imediações da aldeia Natugo 2, em Quiterajo, no distrito de Macomia, após um confronto com as forças moçambicanas e do Ruanda.

Nesse ataque um insurgente foi capturado, disse fonte militar.

A província de Cabo Delgado, rica em gás natural e minerais preciosos, enfrenta desde Outubro de 2017 uma insurgência armada com ataques reclamados por movimentos associados ao grupo extremista Estado Islâmico.

Escapando do Pesadelo de Cabo Delgado
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