A movimentação massiva de pessoas devido ao terrorismo e as más condições de saneamento básico estão na origem de um surto de cólera na província de Cabo Delgado.
O governo local revelou que, de janeiro do ano passado a esta parte, foram registados pouco mais de dois mil casos com 37 mortes.
O secretário do Estado de Cabo Delgado que manifestou a sua preocupação em conversa com a imprensa, na terça-feira, 5, com o surto que afecta vários distritos, entre eles o de Montepuez que, recentemente, entrou para a lista com 228 casos e uma morte.
Armindo Ngunga disse que face ao alastramento do vibrião colérico, o sector da saúde está a desenvolver acções que consistem na abertura de centros de tratamento de doenças diarreicas e que foram activados comités multissetoriais de combate à doença, além da descontaminação das casas de pacientes com diarreias e vómitos .
Entretanto, não há informação se essas acções de prevenção tiveram lugar nos distritos de Macomia e Mocímboa da Praia, que sofreram ataques terroristas que deixaram a população sem acesso aos serviços sanitários.
Em Pemba, apesar de ter sido realizada uma campanha de vacinação contra a doença no ano passado, a situação continua péssima.
“Nós pensávamos que a situação ia melhorar em Pemba e Metuge, mas não está acontecer por causa do movimento de pessoas que ocorre; há muita gente a chegar de zonas onde não houve a vacinação e dá impressão que a vacinação não deu efeito, mas não é isso”, disse Ngunga.
Ngunga disse também que a equipa médica da província está preparada e há medicamentos para fazer frente ao surto da cólera.