O Conselho Nacional de Defesa e Segurança (CNDS) de Moçambique diz que o combate ao terrorismo em Cabo Delgado está a registar progressos assinaláveis em praticamente todos os distritos afectados.
Mais cautelosos, organizações não governamentais e analistas políticos consideram haver muitos desafios ainda porque é preciso resolver as causas do conflito.
O CNDS reuniu-se pela primeira vez, na vila de Mueda, em Cabo Delgado, num encontro em que foram tomadas decisões, sobretudo para uma maior e melhor operacionalização das Forças de Defesa e Segurança (FDS).
O secretário-geral do órgão, Basílio Monteiro, disse que no encontro, dirigido pelo Presidente Filipe Nyusi, “foram reforçados o dispositivo operacional e os equipamentos para o enfrentamento agressivo do inimigo”.
Monteiro destacou que “temos confiança no trabalho que as FDS estão a fazer no terreno, todo o empenhamento e todo o desdobramento que está a acontecer no terreno é para melhorar a acção combativa no pais”.
Aquele responsável avançou que foi tomada uma decisão para a inserção e motivação da Força Local, constituída por antigos combatentes da luta armada, “que carecia de dispositivo legal para o seu funcionamento e reconhecimento”.
Refira-se que no final a reunião do CNDS, o estadista moçambicano teve um encontro com elementos da Força Local, em que elogiou “a sua bravura no combate ao terrorismo em Cabo Delgado”.
Entretanto, o pesquisador do Centro de Integridade Publica (CIP), Rui Mate, considera que a situação de segurança nos distritos afectados pelo jihadismo, ainda é muito preocupante, anotando que “eu estive recentemente em Cabo Delgado, e percebi que as pessoas ainda vivem com o medo de guerra”.
Por seu turno, a coordenadora da comunicação do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) em Pemba, Lara Bommers, referiu-se à ocorrência de ataques esporádicos que continuam a forçar as populações a abandonarem as suas aldeias, procurando refugio noutros locais.
Apesar do positivismo das autoridades, vários analistas políticos têm alertado para o facto de que se não forem tomadas medidas no domínio socioeconómico as pessoas que estão a regressar às suas aldeias poderão ser novamente mobilizadas pelos jihadistas, realçando ser necessário resolver as causas do conflito.
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