As autoridades moçambicanas afirmam que, na luta contra os insurgentes, em Cabo Delgado,os resultados no teatro operativo são motivadores e a espinha dorsal dos terroristas está quebrada, mas analistas criticam esse triunfalismo.
No último sábado, as tropas da SAMIM, força da SADC que ajuda no combate aos terroristas em Cabo Delgado, anunciaram a captura de Ahmad Mohammed, mais um comandante dos insurgentes.
"Foi muito importante, mas não devemos ficar sossegados anunciando uma vitória triunfalista" disse Albino Forquilha, especialista em assuntos militares.
Por outro lado, Famete Taero, outro especialista, considera que a captura de Mohammed "foi um passo importante, mas nada pode sugerir o fim, mas, também, deve se referenciar que é um aspecto moralizador para todas as forças conjuntas no terreno".
Continuidade de tropas estrangeiras
Enquanto os resultados brilham, discute-se agora a nova fase do apoio estrangeiro ao país. A SADC vai decidir a partir de amanhã a sua posição, numa altura em que o Ruanda, outro parceiro de combate, já disse que veio para ficar, pelo menos, enquanto houver terroristas.
Uma das acções que Kigali promete é a modernização do exército moçambicano para melhor combater este tipo de acções.
Numa altura em que há outros países envolvidos no mesmo tipo de acções, prevalecem muitas questões sobre o que esta mistura pode significar.
Conquistas
Ainda assim, analistas consideram que o mais importante é que haja coordenação, de modo a assegurar que a saída dos estrangeiros, deixe o exército nacional, numa posição confortável.
Luis Brás é pesquisador do Centro dos Estudos Africanos, em Lisboa, e diz que "o país (Moçambique) está agora na fase da consolidação das conquistas alcançadas”.
“É preciso ver agora qual é o papel de Moçambique, que deverá, cada vez mais, assumir o papel de comando, por forma a assegurar uma estratégia de saída, a curto prazo, das tropas estrangeiras e permitir que o Estado assuma plenamente a segurança na região de Cabo Delgado," diz Brás.