Vinte e nove activistas foram detidos, hoje, 16, em Cabinda, quando se mobilizavam para iniciar uma manifestação contra a violação dos direitos humanos, assassinato de civis, corrupção e degradação social.
Arão Bula Tempo, coordenador da campanha, confirma a detenção dos activistas, em entrevista ao nosso correspondente naquela região.
As pessoas foram detidas sem nenhum mandado de captura, diz Tempo.
"Neste momento, há polícia por todo o lado à caça de activistas. Alguns activitas foram torturados," denuncia Tempo.
Ele acusa o governo angolano de discriminar a população de Cabinda ao impedir a manifestação.
"Não se pode compreender que em Luanda e noutras províncias de Angola são concedididos esses direitos de cidadania, e em Cabinda não se pode manifestar", reclama o activista.
Para ele, "o problema é a identidade do povo de Cabinda, é o subdesenvolvimento de Cabinda".
Apesar da repreensão, Tempo diz que nada tem a temer, porque tem na "consciência que o povo tem aspirações de ter a sua autodeterminação, a sua identidade".
Mas questiona: "Se nos podem prender por causa de uma manifestação o que é que não é possível para esta gente?"
Acompanhe a entrevista: