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Burundi: União Africana ameaça aplicar sanções se as partes em conflito não travarem a violência


Bujumbura, capital do Burundi
Bujumbura, capital do Burundi

O governo rejeita 5,000 tropas da União Africana e Pierre Nkurunziza diz que se chegarem ao país sem a autorização serão considerados invasores e haverá uma resposta à medida.

A União Africana (UA) ameaça o Burundi com sanções se as duas facções politicas não comparecerem às conversações sobre a paz em Janeiro.

A Comissária da UA, Nkosazana Dlamini-Zuma, disse que as sanções poderão ser aplicadas a qualquer parte que coloque em risco o diálogo no Burundi, através de ataques de grupos armados ou recusa de comunicação com os mediadores.

Representantes do governo e de políticos da oposição deverão reunir a 6 de Janeiro, em Arusha, na Tanzânia, para encontrar formas de acabar com a violência politica que vem desde Abril.

Na reunião realizada esta segunda-feira, em Kampala, capital do Uganda, as duas partes não alcançaram nenhum acordo.

O governo rejeita o plano da UA de envio de 5,000 tropas para proteger os civis.

O Presidente Pierre Nkurunziza foi citado pela imprensa internacional dizendo que se tais tropas chegarem ao país sem a autorização do Burundi serão considerados invasores e haverá uma resposta à medida.

O porta-voz adjunto da presidência, Jean-Claude Karewa, repetiu a posição de Nkurunziza, acrescentando a expressão “forças de ocupação”.

Erastus Mwencha, Vice-presidente da Comissão da UA, disse que a organização não poderá continuar passiva caso o Burundi não responda formalmente aos planos de envio de forças da paz.

Mwencha sublinhou que se a situação continuar, a UA e comunidade internacional não poderão sentar e assistir ao surgimento de um genocídio.

A violência no Burundi iniciou em Abril deste ano, altura em que Nkurunziza anunciou a controversa candidatura a um terceiro mandato, que veio a conquistar em Julho, numa eleição contestada pela oposição.

Acredita-se que a violência, que forçou muitos a siarem do país, tenha já feito pelo menos 400 mortes.

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