A Guiné-Bissau, um país laico, tem assistido nos últimos 17 anos ao uso frequente da burca ou véu por parte das mulheres da comunidade islâmica, sobretudo estrangeira. Entretanto, é uma prática que está a ser censurada de uma forma cautelosa por alguns líderes muçulmanos.
Numa altura em que o uso de burca ou nicap, na língua árabe, por parte de certas mulheres da comunidade islâmica, tem sido motivo de protestos silenciosos na sociedade guineense, a VOA ouviu uma das primeiras mulheres guineenses da geração intermédia que usou o véu na Guiné-Bissau.
Foi nos meados de 1990 que Helena Assana Said, de origem libanesa, começou a envergar o véu islâmico, por isso reclama o direito de explicar como é que se deve fazer o uso do véu.
Corroborando com a opinião de Aladje Siradjo Bari, presidente do Conselho Consultivo e Porta-voz do Conselho Nancional Islâmico, para quem “esta prática não existe na profissão da fé islâmica”, Helena Assana Said, assenta tambem o seu argumento nos principios do Corão.
Para Helena Assana Said, tal prática foi criada e está a ser sustentada por uma parte da comunidade muçulmana.
O uso de burca e véu por parte das Mulheres muçulmanas na Guiné-Bissau levanta receio na sociedade guineense. Uma prática que remonta ao ano de 1998, logo depois do conflito militar de 7 de Junho. E a maioria, se não quase todas as mulheres, que usam nicap são originarias da vizinha República da Guiné-Conakry.