Bruno King é consagrado em Angola. Começou a carreira em 2002 no grupo “Os Lambas”. Quanto a Bruno Vaidade, entrou no kuduro em 2006, mas começou a ganhar notoriedade nos últimos anos fazendo shows no Leste da Europa. Em entrevista à Voz da América, os cantores falaram sobre a nova parceria, que promete ir além da música lançada recentemente pela dupla “O Kuduro Nunca Vai Morrer”.
King disse que gostou muito do convite que recebeu do engenheiro kudurista, e Vaidade descreveu a parceria como a junção do útil ao agradável.
No início da letra da música Vaidade resume: “Bruno Vaidade com a sua engenharia constrói. O Bruno King com a sua agressividade destroi."
Os músicos têm trabalhado intensamente e já finalizaram a gravação do videoclipe de “O Kuduro Nunca Vai Morrer”, que contou com diversas participações, entre elas a de Mids (The Grove), também conhecido como Mr. Brazuca.
Vaidade, que se considera o salvador do kuduro desta geração, voltou da Ucrânia com o objectivo de mudar a imagem negativa desse género musical.
“Noutra hora diziam que os kuduristas são bandidos, que não querem estudar. Depois da minha formatura - tô lembrado que a vossa equipa parabenizou-me, fizeram um post nas redes sociais – eu li comentários desegradáveis. Fui lendo, mas ignorando”.
Vaidade quer provar o seu valor, ser visto como profissional no mundo artístico. Quer comandar a lista e se consolidar em Angola como engenheiro kudurista.
Há muito trabalho pela frente. A dupla Bruno King e Bruno Vaidade já começou a aparecer nas cadeias televisivas para promover a nova música, porém recentemente descobriu que não poderia participar no “Janela Aberta” da TPA (Televisão Pública de Angola) porque o responsável pelo programa não quer dar espaço a esse género musical.
“Isso dói para mim, fazedor do estilo kuduro, dói para muitos kuduristas e dói para a sociedade em geral que ama o kuduro. Como é possível no país do kuduro, na terra do kuduro, existir programas que fecham as portas para os kuduristas?"
Segundo Vaidade, não existe festa em Angola sem kuduro. Mesmo que o realizador ou chefe do programa “Janela Aberta” não simpatize com o género musical, o cantor disse que os filhos dos angolanos e a vizinhança amam.
“Não sei quais são os motivos que o levaram a tomar essa decisão, mas é muito triste. Acho que ele deveria pensar e repensar. Tomar uma outra posição."
"Estamos em pleno século XXI. Devemos todos valorizar a nossa cultura, o nosso estilo, e assim sucessivamente”.
Vaidade garante que vai continuar com o seu trabalho.
“O kuduro não vai morrer. O kuduro é a força do povo angolano”.
Confira a entrevista para saber mais sobre a parceria dos "Brunos," e também sobre a nova música, a gravação do videoclipe, e como está a amizade entre Bruno King e Nagrelha.