O assassinato da vereadora Marielle Franco, do PSOL do Rio de Janeiro, na quinhta-feira, 15, causou comoção no Brasil e no mundo.
Protestos aconteceram em pelo menos 13 cidades brasileiras, em Lisboa e em Nova Iorque.
Familiares e amigos da vereadora não duvidam de que o crime se trata de uma execução e uma tentativa de calar a voz de Marielle.
Ela era defensora dos direitos humanos e uma das vozes mais críticas à intervenção federal na segurança do Rio de Janeiro.
O deputado estadual Marcelo Freixo, do PSOL, com quem Marielle trabalhou como assessora por mais de 10 anos, afirmou que o Brasil perdeu uma "pessoa extraordinária brutalmente assassinada".
O Escritório do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos classificou como “profundamente chocante” o assassinato de Marielle e pediu que as autoridades façam uma investigação completa e transparente do caso.
Organizações de defesa dos direitos humanos, como a Amnistia Internacional e a Human Rights Watch também pediram uma investigação rigorosa.
O porta-voz do partido Podemos, da Espanha, Miguel Urbán, condenou o assassinato da vereadora no Parlamento Europeu e pediu que a União Europeia suspenda as negociações para um acordo econômico com o Mercosul.
Lula e Temer também
Em entrevista a uma rádio em Salvador, na Bahia, o ex-Presidente Luiz Inácio Lula da Silva condenou a falta de segurança no Rio de Janeiro e pediu que as autoridades prestem conta à sociedade mostrando os culpados.
O Presidente Michel Temer lamentou a morte da vereadora e disse que a intervenção federal no Rio de Janeiro foi feita para evitar mortes como essa.
Em entrevista à Revista Carta Capital, o presidente nacional do PSOL, Juliano Medeiros, afirmou que o partido não vai aceitar que Temer use a morte da vereadora para justificar a intervenção federal no Estado.
A vereadora era relatora da Comissão da Câmara de Vereadores criada para acompanhar a presença dos militares na capital fluminense e vinha criticando a actuação violenta da Polícia Militar nas favelas cariocas.