No Brasil, a corrida presidencial ficou profundamente alterada com a morte na semana passada do candidato Eduardo Campos num desastre de avião. A candidata a vice-presidente pelo PSB, Marina Silva, deverá substitui-lo e segundo as últimas sondagens estaria bem colocada para ser eleita presidente em Outubro.
O nome da ex-ministra e senadora Marina Silva deve ser anunciado, nesta quarta-feira, 20, como a substituta do candidato Eduardo Campos na lista do Partido Socialista Brasileiro (PSB) para disputa pela presidência do Brasil, nas eleições de Outubro.
A ex-senadora era vice na lista encabeçada por Campos, morto em acidente aéreo na última quarta-feira, 13. Marina filiou-se ao PSB em 2013, depois que o partido dela, a Rede Sustentabilidade, não conseguiu inscrever-se no Tribunal Superior Eleitoral brasileiro para disputar as eleições deste ano.
Além do nome de Marina Silva, que parece certo, o PSB tem que escolher o seu candidato a vice-presidente. Em nota, o presidente nacional do partido Roberto Amaral afirmou que foi iniciada a consulta para a definição dos nomes que vão compor a lista do partido.
Entre os cotados para ocupar o posto de vice de Marina, estão o ex-ministro Fernando Bezerra Coelho e os deputados Beto Albuquerque, Luiza Erundina e Júlio Delgado. A viúva Renata Campos também chegou a ser cogitada, mas não aceitou, alegando que precisa cuidar dos cinco filhos que perderam o pai.
Depois do enterro de Eduardo Campos, cercado por muita comoção ontem, 17, a semana começou no Brasil marcada pelas mudanças que devem surgir na corrida presidencial. Na visão consensual de especialistas uma nova campanha política se inicia a partir de hoje.
A mudança de cenário já começa a aparecer em pesquisas. Apesar de muitos especialistas defenderem que os levantamentos ainda estão muito “contaminados” pela emoção e incerteza do quadro, o que se vê é uma mudança no tabuleiro do jogo eleitoral brasileiro.
Pela pesquisa Datafolha, divulgada nesta segunda-feira, 18, se a eleição fosse hoje Marina Silva poderia ser eleita presidente na segunda volta. Na primeira, o Datafolha aponta a liderança da presidente Dilma Rousseff, do PT, com 36% das intenções de voto. Marina Silva estaria em segundo lugar na corrida eleitoral, com 21%, seguida de muito perto por Aécio Neves, do PSDB, com 20%. O pastor Everaldo, do PSC, mantém 3%.
O Datafolha simulou dois possíveis cenários para a segunda volta. Na primeira simulação, com a disputa entre Marina e Dilma, a ex-ministra e antiga senadora venceria com 47% contra 43% de Dilma. Isto se explica pela rejeição da presidente, que é bem maior e atinge 34%, contra 11% de Marina Silva.
Numa possível disputa entre Dilma Rousseff e Aécio Neves, a petista venceria com 47% contra 39% do tucano. O levantamento foi encomendado pelo jornal “Folha de São Paulo”.
Para o cientista político Malco Camargos, o candidato Eduardo Campos representava o que está sendo chamado de terceira via, uma tentativa de acabar com a polarização PT, PSDB. Mas, Marina encarna muito mais esse papel. Com a candidata, a eleição no Brasil terá três lados.
O analista concorda que uma nova campanha eleitoral começa no Brasil e acredita que os candidatos Dilma Rousseff e Aécio Neves vão ter que rever as estratégias. Para o analista, com a morte de Eduardo Campos, o segundo turno ficou ainda mais garantido no Brasil.