No Brasil, o segundo dia do julgamento final da presidente Dilma Rousseff é marcado pelos depoimentos das seis testemunhas de defesa.
As testemunhas de acusação já foram ouvidas e a quinta-feira foi marcada por acaloradas discussões entre os apoiantes e opositores de Dilma no plenário do Senado.
O tumulto começou após a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), uma das principais defensoras de Dilma, afirmar que “metade” do Senado “não tem moral” para julgar a presidente afastada.
Nas ruas, apoiantes do Partido dos Trabalhadores prometem manifestar durante todos os dias do julgamento.
No Rio de Janeiro, o ex-presidente Lula da Silva participou num movimento a favor de Dilma Rousseff e mandou um recado aos senadores. Com a voz mais rouca que o habitual, ele fez uma menção ao início da última fase do processo de impeachment no Senado.
“Começa a semana da vergonha nacional. Nela, senadores que deveriam se preocupar com o futuro da nação irão punir de forma covarde uma pessoa contra quem não existe nenhuma prova. Que fique bem claro que, ao fazerem isso, não estão cassando a presidente. Estão, na verdade, cassando os votos das pessoas que a elegeram”, disse.
Lula da Silva, no seu discurso de quase 30 minutos, além de defender Dilma também disse estar decepcionado com alguns políticos. Entre eles, o presidente em exercício Michel Temer.
“Não tenho nada pessoal contra o Michel Temer. Mas, como advogado constitucionalista que é, ele deveria acreditar que o digno é chegar à presidência por meio de uma eleição. Não se valendo de um golpe, como está acontecendo agora", disse.
Ao ser questionado se seria um dos nomes a concorrer nas eleições presidenciais de 2018, Lula da Silva disse que ainda vai avaliar essa possibilidade.
Lula deverá comparecer ao Senado na próxima segunda-feira como convidado de Dilma Rousseff, que vai se defender das acusações.