A crise económica atinge em cheio o trabalhador brasileiro.
Nos grandes centros urbanos, é fácil encontrar alguém à procura de uma vaga de trabalho e que admite que está devendo muito.
Nos últimos dois anos, o número de brasileiros desempregados quase dobrou.
Actualmente, são 12,3 milhões sem trabalho, como se toda a população da cidade de São Paulo estivesse sem trabalho, um recorde desde que o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) começou a fazer a pesquisa, em 2012.
O número é 36 por cento maior do que no final de 2015, quando eram nove milhões sem emprego.
Especialistas consideram que a tendência é aumentar ainda mais o número de desempregados no país este ano.
A VOA conversou com alguns brasileiros nas ruas de Belo Horizonte, capital do Estado de Minas Gerais, que relatam as dificuldades para sobreviver e conviver com as dívidas.
José Antônio da Silva, 64 anos, vive de serviços informais, consertando guarda-chuvas no centro de Belo Horizonte, mas nem sempre encontra clientes.
“A gente vive devendo Deus e mundo, inclusive a Caixa Económica Federal, o programa Minha Casa Minha Vida, não tenho condições de pagar porque o que ganho aqui, às vezes, só dá para comprar almoço”, disse.
O vigia Luiz Augusto, de 62 anos, afirma não ter dívida, mas diz depender da mãe, pois não tem casa própria por ser assalariado.
“Não estou endividado, mas moro propriamente de favor na casa da minha mãe. Preciso sair de lá, pois dependo dela. Estou procurando alguma coisa como o Programa Minha Casa Minha Vida do Governo Federal para ver se eu tenho minha independência também”, ressaltou.
O jovem Jhon Marques, 23 anos, é artesão e natural de Manaus, capital do Estado do Amazonas.
Ele está em Belo Horizonte em busca de dias melhores, mas já constatou que a difícil condição para viver é a mesma que na cidade natal dele.
“Estou buscando uma nova vida, pois não dá para ficar sempre no mesmo lugar sem saber o que tem lá fora", sublinhou Marques.