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Brasil: Bolsonaro beneficiou da venda ilegal de presentes de luxo, segundo a polícia


Jóias oferecidas ao ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro e à ex-primeira-dama pelo governo saudita e apreendidas por funcionários da alfândega, São Paulo, Brasil, 15 de março de 2023.
Jóias oferecidas ao ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro e à ex-primeira-dama pelo governo saudita e apreendidas por funcionários da alfândega, São Paulo, Brasil, 15 de março de 2023.

Polícia Federal brasileira recomenda acusaçôes contra Bolsonaro de lavagem de dinheiro e outros crimes por causa de jóias não declaradas presenteadas entre 2019 e 2022.

O ex-presidente de extrema-direita do Brasil, Jair Bolsonaro, beneficiou de um esquema ilegal para vender 1,2 milhões de dólares em jóias e outros artigos de luxo dados ao seu governo como presentes, revelou uma investigação policial na segunda-feira.

Na semana passada, a Polícia Federal do Brasil recomendou acusar Bolsonaro de lavagem de dinheiro e outros crimes por causa de jóias não declaradas presenteadas entre 2019 e 2022.

Bolsonaro, que afirma ser alvo de perseguição judicial sob o governo de seu sucessor esquerdista Luís Inácio Lula da Silva, nega qualquer irregularidade.

O relatório da polícia tornado público segunda-feira diz que os investigadores descobriram que funcionários do governo "agiram para desviar" vários presentes de alto valor para Bolsonaro de governos estrangeiros, com um valor total de 1,22 milhão de dólares.

Os funcionários tentaram vender os itens no exterior "com o objetivo de... enriquecimento ilícito do então Presidente", disse o relatório apresentado ao Supremo Tribunal Federal (STF).

O dinheiro arrecadado com essas vendas foi pago a Bolsonaro "sem utilizar o sistema bancário formal", acrescentou.

O juiz do STF Alexandre de Moraes deu ao Ministério Público 15 dias para decidir se acusa formalmente Bolsonaro.

O caso tem origem em um conjunto de jóias com diamantes não declarados que teria sido apreendido por fiscais da alfândega em outubro de 2021.

As jóias estariam dentro de uma mochila da comitiva do Ministério das Minas e Energia de Bolsonaro, quando este regressou de uma viagem ao Médio Oriente.

O relatório policial de quase 500 páginas traz descrições detalhadas das jóias em questão, incluindo relógios Rolex e peças de diamante da marca de luxo Chopard.

Após a divulgação do caso na imprensa, a equipa de Bolsonaro recuperou e devolveu algumas das peças, segundo o relatório.

O advogado de Bolsonaro, Paulo Cunha, disse na X segunda-feira que os chefes de Estado "não têm influência direta ou indireta" sobre o que acontece com os presentes oficiais.

O ex-líder também está a ser julgado por alegada falsificação de registos de vacinas contra a Covid-19 e por alegadamente ter ajudado a planear um golpe em janeiro de 2023, quando milhares dos seus apoiantes invadiram o Congresso do Brasil, o Supremo Tribunal e os gabinetes presidenciais, instando os militares a destituir Lula.

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