O Presidente da Argélia, Abdelaziz Bouteflika, anunciou nesta segunda-feira, 11, que não vai concorrer a um quinto mandato, depois de mais de três semanas de protestos em várias cidades do país.
A Presidência anunciou também que as eleições que deveriam realizar-se em Abril foram adiadas e que uma remodelação ministerial será anunciada em breve.
Bouteflika regressou ontem ao país, após duas semanas de internação na Suíça, onde se submeteu a exames médicos de rotina.
Debilitado desde 2013 por causa de um Acidente Vascular Celebral (AVC) o Presidente de 82 anos enfrenta desde o mês passado protestos milhares de manifestantes que se opõem à sua eventual reeleição para um quinto mandato, algo sem precedentes desde a sua primeira eleição como chefe de Estado, em 1999.
Quando os protestos se intensificaram, há duas semanas, Bouteflika propôs abandonar o cargo, mas somente um ano após as eleições inicialmente previstas para Abril.
Hoje, a pressão aumentou quando mais de mil juízes disseram que se recusariam a supervisionar as eleições se o Presidente voltasse a concorrer.
Em comunicado, os juízes anunciaram a formação de uma nova associação "para restaurar o dom da justiça".
Ao mesmo tempo, clérigos muçulmanos reclamaram da intervenção do Estado no seu trabalho.
A declaração foi condenada pelo ministro da Justiça, Tayeb Louh, membro do círculo íntimo de Bouteflika, que disse que os juízes devem permanecer neutros.