O cantor Bonga como combatente cultural da liberdade é o tema da obra “Bonga Kwenda: Um Combatente Angolano da Liberdade Africana” de Filomeno Lopes, filósofo e jornalista Bissau-Guineense acabado de ser leençado em Angola
A música como instrumento de libertação e intervenção política é um dos temas abordado na obra
“Bonga fez isso numa altura muito difícil”, recordou em entrevista Filomeno Lopes que fez notar que o cantor ficou primeiro conhecido como atleta que batia recordes.
“Ele era uma pessoas que tinha todas as vantagens de continuar aquelas estradas ( do sistema colonial””, disse o autor
“Ele decidiu abdicar tudo isso e percorrer outras estradas aproveitando do prestigio que o colonialismo lhe dava para imprimir outros mecanismos para lutar contra esse sistema colonial” acrescentou.
Para o autor as canções de Bonga “mexem com qualquer um de nós”.
“O meu interesse por Bonga é filosófico porque qualquer homem ou mulher que consiga encarnar e exprimir o dinamismo de um povo ou mesmo de um continente mexe com as consciências de cada um de nos”, disse
“Bonga não é só Angola, ele é Guiné Bissau, Cabo Verde, é PALOP e África e justamente ouve uma certa celebração da pessoa faltava a parte do militante que galvanizou consciências além fronteira,” acrescentou afirmando ainda que “Bonga é um militante para a liberdade que fez e faz da musica o instrumento de luta”.
O livro foi apresentado em Luanda, no passado 4 de Setembro no Instituto Superior João Paulo II, em acto de lançamento que esteve a cargo do Centro de Estudos Populorum Progressio (CEPP) e contou com a presença de Bonga, assim como do Presidente da CEAST, Arcebispo Dom Gabriel MBilingue.
O livro lançado anteriormente em Roma, França e Portugal chega agora em Angola.
De acordo com o autor, Bonga pertence à geração de homens e mulheres africanos de diversas proveniências que, estimulados pelos líderes dos movimentos do Pan-africanismo, da Negritude e pela geração dos Pais fundadores das nações africanas modernas e contemporâneas, que utilizaram a arte e a música, de modo particular, como instrumento didáctico-pedagogico de luta, a favor das grandes causas humanas africanas mais especificamente.
O prefácio tem assinatura do primeiro-ministro guineense, Domingos Simões Pereira, onde o mesmo apresenta reflexões como o pensar filosófico desta grande figura de artista e músico africano de origem angolana na conjuntura política e geopolítica continental africana, internacional e mundial.
Filomeno Lopes é escritor, músico e jornalista da Rádio Vaticano. Licenciado em Teologia fundamental e Doutor em Filosofia e Comunicação social pela Pontifícia Universidade Gregoriana de Roma, tem publicado dentre outros, os livros “E se África desaparecesse do mapa-mundo?”, As Raízes do Pensamento Africano” e ainda “Filosofia entorno ao fogo”.