O Presidente brasileiro Jair Bolsonaro admitiu retirar o seu país da Organização Mundial de Saúde (OMS) caso a agência mantiver o que chamou de "viés ideológico", seguindo o anúncio recente do Presidente americano Donald Trump.
"O Trump cortou a grana deles, voltaram atrás em tudo. E adianto aqui: os Estados Unidos saíram da OMS, a gente estuda no futuro. Ou a OMS trabalha sem o viés ideológico, ou nós vamos estar fora também. Não precisamos de gente de fora dar palpite na saúde aqui dentro", afirmou Bolsonaro na sexta-feira, 5, à porta do Palácio da Alvorada, a residência oficial da Presidência.
Para Bolsonaro, a OMS atua como "organização partidária".
"Ou a OMS realmente deixa de ser uma organização política, partidária, assim, vamos dizer, até partidária, ou nós estudamos sair de lá", concluiu, depois de ter sido questionado pela política de combate à Covid-19, que já foi criticada pelo próprio Presidente americano.
Aliás, também ontem, Donald Trump voltou a apresentar o Brasil como um mau exemplo no combate à pandemia, ao contrário do que ele próprio diz ter feito nos Estados Unidos.
"Se olharem para o Brasil, eles estão num momento bem difícil. E, falando nisso, continua-se a falar da Suécia. Voltou a assombrar a Suécia. A Suécia também está a passar por dificuldades terríveis. Se tivéssemos agido assim, teríamos perdido 1 milhão, 1,5 milhão, talvez 2,5 milhões de pessoas ou até mais", afirmou Trump na Casa Branca.
O Brasil é o segundo país com o maior número de casos, 614.941, atrás dos Estados Unidos (1.897.838) e o terceiro em mortes, 34.021, depois dos Estados Unidos (109.143) e do Reino Unido (40.344).