O Presidente brasileiro Jair Bolsonaro assinou o decreto da demissão do ministro da Secretaria-Geral da Pesidência, Gustavo Bebiano, e convidou o general da reserva Floriano Peixoto para assumir interinamente lugar, revelou nesta segunda-feira, 18, o jornal Estado de São Paulo.
O decreto deve ser publicano ainda hoje.
Bebiano, antigo presidente do PSL e responsável pela campanha de Bolsonaro, cai após entrar em conflito com o filho do Presidente, o vereador do Rio de Janeiro, Carlos Bolsonaro.
Peixoto é o oitavo militar no Governo e três dos quatro homens do exército que despacham diariamente com o Presidente, contra apenas um civil.
A escolha de Floriano Peixoto tem o apoio do Chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni.
Interlocutores do Presidente relataram àquele jornal que Bebianno perdeu a confiança de continuar no cargo após chegar a Bolsonaro a informação de que ele terá divulgado mensagens de áudio com ordens que recebeu dele.
A estratégia, ainda de acordo com próximos do Presidente, pretendia contestar a versão de Carlos Bolsonaro de que o ministro e o pai não se falaram enquanto ele estava internado no Hospital Albert Einstein.
Por ter afirmado ao jornal O Globo que havia conversado três vezes com Bolsonaro, Carlos Bolsonaro o chamou de mentiroso.
Antes disso, o nome de Bebianno foi citado num esquema de desvio de dinheiro do Fundo Partidário do PSL, o que ele nega.
No momento em que a demissão de Bebiano pode abrir uma crise no Governo, que tem importantes projectos de lei para aprovar num congresso em que a sua maioria depende de muitas ajustes com diferentes partidos, o Blog do Camarotti, do Globo, revela que o antigo presidente do PSL demonstrou profundo arrependimento em ter trabalhado activamente pela eleição de Bolsonaro.
"Preciso pedir desculpas ao Brasil por ter viabilizado a candidatura de Bolsonaro. Nunca imaginei que ele seria um presidente tão fraco", disse Bebianno a um aliado, numa referência à influência dos filhos do Presidente no rumo do Governo, especialmente o vereador Carlos Bolsonaro.
Nessas mesmas conversas, Bebianno demonstra preocupação com o efeito desse protagonismo familiar nas decisões do país e reconhece que o Governo Bolsonaro precisa descer do palanque para administrar o Executivo.
Para aliados de Bebianno, também causou contrariedade o movimento da família Bolsonaro para pedir a saída do ministro.