Dois camaroneses que haviam sido raptados pelo grupo Boko Haram escapuliram do cativeiro na Nigéria e regressaram ao seu país. Eles contam que aquele grupo usou-os para assaltar e matar.
Gaullaume Minka, 32 anos de idade, diz que foi levado ao cativeiro, na Nigéria, na companhia de sete homens, por 15 militantes altamente armados, que suspeita serem do Boko Haram.
Tudo aconteceu a 23 de Janeiro, após tais homens assaltarem um autocarro na cidade de Kousseri, no norte de Camarões.
Minka diz ter se apercebido que estava na Nigéria quando os raptores começaram a falar Inglês e Kanouri, línguas usadas no norte daquele país.
Uma vez na Nigéria, Minka conta que foi lhes dito que poderia ser soltos se os seus governos ou famílias pagassem quatro mil dólares, ou se eles fossem roubar esse dinheiro.
No cativeiro, Minka passou duas semanas com correntes nos pés. Tinha uma refeição por dia, mas apenas se alguns deles conseguissem roubar gado, arroz e outros bens.
Minka conseguiu fugir na companhia de Sylvian Nradim, também dos Camarões. Foram encontrados na floresta por militares camaroneses e levados até a cidade de Maroua, onde foram entregues ao governador Midjiyawa Bakari.
Sylvian Nradim conta que no cativeiro recebeu catanas para atacar as pessoas.
No mês passado, o porta-voz do governo camaronês, Issa Tchiroma Bakary, disse que cerca de cinco mil cabeças de gado e outros animais de pequeno porte foram roubados, desde que o país começou a combater o Boko Haram, há três anos.
Bakary disse que o Boko Haram perdeu a capacidade de luta, daí a opção em raptos.