O Banco Nacional de Angola (BNA) pretende negociar pagamentos ao exterior em moeda nacional para reduzir a pressão sobre o sistema bancário face à actual crise cambial do país.
No mercado informal o câmbio situa-se entre 23 e 25 mil kwanzas.
Os pagamentos ao exterior em kwanza serão possíveis apenas junto de países e instituições com os quais Angola possui cooperação e que aceitem a moeda nacional, como é o caso da República da China, que assinou recentemente um acordo nesse sentido.
Segundo o economista José Matuta Cuato, não será possível fazer esse tipo de transacção com qualquer outro país.
“O que o BNA tem estado a fazer é procurar acordos com outros parceiros internacionais, mas isso não vai resolver o problema”, alertou Cuato que não vez outras saídas à actual crise.
“O imposto é a única forma de receita do Estado, só por isso temos essas dificuldades, então temos que ter a cultura de cobrar impostos”, defendeu.
Por seu vez, o economista Adão Pascoal considera que vai ser difícil ajustar a crise cambial actual em virtude de as causas serem externas, ou seja a queda do preço do crude.
“O país está numa forte dependência, o consumo nesta fase festiva tende a aumentar e se não haver abastecimento dos bens de consumos, os preços vão aumentar”, explica Pascoal que também não antevê qualquer melhoria a curto prazo.
De recordar que a crise económica, que foi usada para justificar reduções em áreas essenciais, como saúde e educação, já provoca a falta de dinheiro nas instituições estatais que recorrem à cobrança de serviços, tais como escolas e hospitais.