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Blinken na Jordânia para conversações sobre a guerra Israel-Hamas e a crise humanitária em Gaza


Antony Blinken
Antony Blinken

Últimos desenvolvimentos:

*O secretário de Estado americano, Antony Blinken, reúne-se com ministros das Relações Exteriores árabes na Jordânia.

*Blinken enfatizou a prevenção da escalada do conflito entre Israel e o Hamas, fazendo mais para proteger os palestinianos e aumentando substancialmente a ajuda a Gaza, quando se reuniu na sexta-feira com o primeiro-ministro do Israel, Benjamin Netanyahu, e o gabinete de guerra de Netanyahu.

*Israel está a enviar milhares de trabalhadores palestinianos que ficaram retidos em Israel após o ataque do Hamas de volta a Gaza.

*Israel afirma que as suas tropas cercaram a Cidade de Gaza no meio de esforços diplomáticos para pôr fim aos combates e resolver o agravamento da crise humanitária em Gaza.

*O secretário da Defesa, Lloyd Austin, suspendeu o apoio militar às viagens do Congresso a Israel e está a restringir também a visita de muitos líderes seniores.

*A ONU expressa preocupação com os ataques mortais israelitas em torno do campo de refugiados de Jabaliya, dizendo que "poderiam constituir crimes de guerra".

O secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, está em Amã, na Jordánia, após uma viagem a Israel para conversações sobre a guerra Israel-Hamas.

Em Amã, Blinken tem-se reunido com responsáveis jordanianos, juntamente com ministros dos Negócios Estrangeiros árabes da Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Egipto e Qatar, e com o secretário-geral do comité executivo da Organização para a Libertação da Palestina.

Eles têm-se reunido para elaborar planos para pôr fim à crise humanitária de Gaza e à guerra entre Israel e o Hamas.

Blinken também se reuniu no sábado com o primeiro-ministro interino do Líbano, Najib Mikati.

Antes da visita de Blinken, o ministro dos Negócios Estrangeiros da Jordánia, Ayman Safadi, disse num comunicado que Israel deve acabar com a guerra em Gaza, onde disse estar a cometer crimes de guerra ao bombardear civis e impor um cerco.

Na sexta-feira, Blinken disse que prevenir a escalada e a propagação do conflito Israel-Hamas, que já dura quase um mês, era a principal prioridade depois de se reunir com o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu e o gabinete de guerra de Israel em Tel Aviv.

Ataques às forças norte-americanas no Iraque e na Síria não param
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Após a reunião, Blinken descreveu aos repórteres as medidas que, segundo ele, devem ser tomadas para garantir que um ataque como o do Hamas, a 7 de Outubro, nunca mais aconteça e para garantir um “amanhã melhor” para o povo de Israel e dos palestinianos.

"Deixamos claro que, à medida que Israel conduz a sua campanha para derrotar o Hamas, a forma como o faz é importante. É importante porque é a coisa certa e legal a fazer. É importante porque não o fazer joga a favor do Hamas e de outros grupos terroristas", disse Blinken.

“Não haverá parceiros para a paz se forem consumidos pela catástrofe humanitária e alienados por qualquer aparente indiferença à sua situação”, acrescentou.

Libertação de reféns

Os Estados Unidos apoiam o direito “e a obrigação” de Israel de se defender, disse Blinken, mas também apelou a Israel para interromper as operações militares e permitir mais ajuda humanitária a Gaza.

Proteger os civis palestinianos é a segunda prioridade da sua viagem, disse ele.

Em resposta, Netanyahu disse: “Continuamos com toda a nossa força e Israel recusa uma trégua temporária que não inclua a libertação dos nossos reféns”.

O grupo Hamas, designado terrorista pelos EUA, fez 230 reféns e matou 1.400 pessoas no seu ataque. Centenas de milhares de palestinianos ficaram desabrigados devido aos ataques aéreos israelitas em resposta ao ataque terrorista do Hamas.

Ajuda insuficiente

O Ministério da Saúde administrado pelo Hamas disse, na sexta-feira, que o número de mortos no enclave ultrapassou 9.250.

Blinken disse que 100 camiões, por dia, entram na área através da passagem de fronteira de Rafah, vindos do Egito, mas ainda não é suficiente.

A ajuda precisa aumentar “substancialmente e imediatamente” para Gaza, disse ele, acrescentando que tirar cidadãos americanos e outros estrangeiros de Gaza é a sua terceira prioridade.

Ele disse que Israel indicou que estava comprometido em permitir o aumento da ajuda na área.

Blinken foi questionado sobre um discurso proferido, na sexta-feira, pelo líder do Hezbollah libanês, Hassan Nasrallah.

Nasrallah negou qualquer envolvimento no ataque de 7 de Outubro a Israel e não anunciou a intenção de entrar na guerra, dizendo que, na verdade, o Hezbollah já tinha entrado na guerra com a sua troca de foguetes e fogo de artilharia com Israel, que durou semanas.

"No que diz respeito ao Líbano, no que diz respeito ao Hezbollah, no que diz respeito ao Irão", disse Blinken, "fomos muito claros desde o início que estamos determinados a que não haja uma segunda ou terceira frente aberta neste conflito."

Blinken conversou com repórteres em Israel, observando que os Estados Unidos colocaram dois grupos de batalha de porta-aviões na região como um impedimento para um conflito cada vez maior.

Catástrofe humanitária

A visita de Blinken ocorre no momento em que tropas terrestres israelitas cercam a cidade de Gaza, em meio a esforços diplomáticos mais amplos para pôr fim à guerra entre Israel e o Hamas, para que mais ajuda humanitária possa entrar em Gaza.

As Nações Unidas e várias agências de ajuda alertam para uma catástrofe humanitária em Gaza, a menos que maiores quantidades de ajuda sejam autorizadas a entrar no território.

Israel impôs um bloqueio total a Gaza logo após o ataque do Hamas.

Isso e os implacáveis ataques aéreos levaram à escassez de alimentos, água potável e combustível em Gaza, onde vivem cerca de 2,3 milhões de pessoas.

Entretanto, o secretário da Defesa dos EUA, Lloyd Austin, emitiu um memorando suspendendo o apoio militar às viagens do Congresso a Israel e restringindo as visitas de muitos líderes militares seniores.

Um alto funcionário da defesa, falando à VOA sob condição de anonimato, disse que a decisão foi tomada, porque viagens extras num ambiente de guerra perigoso representariam "riscos desnecessários e encargos indevidos para as nossas forças".

Retirada

Noutros desenvolvimentos, na sexta-feira, Israel começou a enviar de volta a Gaza milhares de trabalhadores palestinianos que ficaram retidos em Israel após o ataque do Hamas.

Entretanto, esperava-se que mais cidadãos estrangeiros que ficaram presos em Gaza desde o início da guerra deixassem o território através da passagem da fronteira de Rafah para o Egito.

Centenas de estrangeiros deixaram Gaza através de Rafah, na quarta e quinta-feira, assim como dezenas de palestinianos gravemente feridos.

A reabertura da passagem fronteiriça de Rafah para permitir a saída de titulares de passaportes estrangeiros fez parte de um acordo mediado pelo Qatar entre Israel, Egito e Hamas.

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