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Blinken diz em visita a África que a "recessão democrática" está a crescer em todo o mundo


Secretário de Estado americano Antony Blinken numa mesa redonda em Nairobi, Quénia (17 Nov 2021)
Secretário de Estado americano Antony Blinken numa mesa redonda em Nairobi, Quénia (17 Nov 2021)

O secretário de Estado norte-americano Antony Blinken iniciou a sua viagem a três países africanos com um aviso de que vários factores conduziram a uma "recessão" da democracia em todo o mundo.

Ao falar perante um grupo de activistas dos direitos humanos nesta quarta-feira 17, em Nairobi, Quénia, Blinken afirmou que "mesmo democracias vibrantes como o Quénia" se tornaram cada vez mais vulneráveis à desinformação, corrupção, violência política e intimidação dos eleitores.

A visita de Blinken ao Quénia faz parte de uma viagem a três nações a África que também inclui a Nigéria e o Senegal.

"Os Estados Unidos dificilmente estão imunes a este desafio", acrescentou Blinken numa aparente referência ao ataque de 6 de Janeiro na capital americana por apoiantes do então Presidente Donald Trump, numa tentativa de forçar os legisladores a anular a vitória de Joe Biden nas eleições presidenciais de Novembro passado.

"Vimos como a nossa própria democracia pode ser frágil", sublinhou.

O diplomata americano disse aos participantes que queria ouvir as suas perspectivas sobre os desafios democráticos e as suas ideias para os resolver, assim "como os Estados Unidos podem ser úteis" a estes esforços.

As observações de Blinken foram feitas antes das conversações com o Presidente Uhuru Kenyatta e o ministro dos Negócios Estrangeiros Raychelle Omamo.

O Departamento de Estado dos EUA disse que na agenda da visita aos três países estão as parcerias entre os seus governos com respeito a "acabar com a pandemia da Covid-19 e investir na saúde, enfrentar a crise climática, construir uma economia global mais inclusiva, e reforçar a democracia e o respeito pelos direitos humanos".

Blinken abordará também questões regionais específicas como o fim da violência na Etiópia, o combate ao terrorismo na Somália e o relançamento da transição do Sudão para um Governo civil, disse o Departamento de Estado na terça-feira, 16.

O Quénia, membro do Conselho de Segurança das Nações Unidas, é um actor importante em questões relacionadas com os países regionais, incluindo a Etiópia, Sudão e Somália.

A visita de Blinken ao Quénia faz parte de uma viagem a três nações a África que também inclui a Nigéria e o Senegal.

A viagem destina-se parcialmente a elevar o perfil da América como actor-chave na região, onde compete com a China.

Apesar das suas grandes contribuições em dinheiro e vacinas para conter o coronavírus e outras doenças infecciosas, os Estados Unidos têm tido pouco sucesso em ganhar influência na região.

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