O incidente que envolveu este fim-de-semana os activistas do Movimento de Cidadãos Conscientes e Inconformados e a Polícia de Intervenção Rápida na Guiné-Bissau está a suscitar reações diversas no país.
Elas surgem de diferentes organizações da sociedade civil que condenam a carga policial sobre os manifestantes, que resultou em sete detidos durante algumas horas.
Uma das reações vem da Liga Guineense dos Direitos Humanos que, em comunicado, regista com preocupação aquilo que qualificou de “actuação desproporcional das forças de segurança, em particular do Grupo de Intervenção Rápida da Policia de Ordem Pública, na sequência da vigília organizada no fim-de-semana pelo Movimento dos Cidadãos Conscientes e Inconformados”.
Para a Liga, trata-se de uma intervenção “desajustada e excessiva das Forças de Segurança” e considera ainda a acção policial como uma “violação flagrante dos direitos fundamentais dos cidadãos”.
A atitude da Policia de Intervenção Rápida representa uma séria ameaça à democracia e à liberdade de manifestação, consignadas na Constituição da República e demais leis em vigor no país, ainda de acordo com a mesma organização
Por seu lado, a Rede Nacional das Associações Juvenis, uma organização da juventude guineense, qualificou a operação policial de um “atentado aos princípios democráticos, direitos, liberdades e garantias fundamentais dos cidadãos”.
Quem se juntou às críticas foi o Movimento Nacional da Sociedade Civil alerta a comunidade internacional pela “situação perigosa em que a Guiné-Bissau se encontra neste momento com contornos impressíveis”.
No entender das organizações da sociedade, as detenções dos membros do Movimento de Cidadãos Conscientes e Inconformados foram realizadas “de forma ilegal e numa clara tentativa de silenciar as opiniões livres de cidadãos”.
Até agora, o Governo não reagiu aos incidentes, mas o primeiro-ministro, Umaro Sissoco Embaló, encontrou-se hoje com líder do movimento.