O Presidente dos Estados Unidos pediu nesta segunda-feira, 12, ao Governo de Cuba que "ouça" os manifestantes que exigem o fim da "repressão" e da pobreza.
"Estamos ao lado do povo cubano e do seu clamor por liberdade e alívio das trágicas garras da pandemia e das décadas de repressão e sofrimento económico a que tem sido submetido pelo regime autoritário de Cuba", disse Joe Biden em comunicado, no qual reitera que os “Estados Unidos conclamam o regime cubano a ouvir o seu povo e a atender às suas necessidades neste momento vital".
A declaração de Biden surgie depois de milhares de cubanos terem saído às ruas no domingo, 11, em várias cidades do país para pedir por melhorias económicas, mais vacinas contra a Covid-19 e por liberdade.
Hoje, o Presidente cubano, Miguel Diaz-Canel, disse que as sanções económicas dos EUA foram a causa da turbulência, tendo referido à "política de sufocação económica para provocar agitação social no país".
No domingo, Díaz-Canel ouviu directamente de manifestantes na cidade de San António de los Baños os protestos que ele disse serem motivados pelos Estados Unidos.
"Estamos conclamando todos os revolucionários do país, todos os comunistas, a ir às ruas onde quer que haja um esforço para produzir essas provocações", disse o Presidnete num discurso televisivo, no qual avisou quenão permitirá que “nenhum contrarrevolucionário, mercenário, vendido ao Governo dos EUA, recebendo dinheiro das agências, provoque desestabilização no nosso povo".
Também ontem,o assessor de Segurança Nacional dos EUA, Jake Sullivan, alertou Cuba contra a repressão aos manifestantes.
“Os Estados Unidos apoiam a liberdade de expressão e de reunião em Cuba e condenariam veementemente qualquer violência contra manifestantes pacíficos que estejam a exercer seus direitos universais”, escreveu no Twitter.
O país tem experimentado o agravamento da crise económica nos últimos dois anos, situação que o Governo atribui principalmente às sanções americanas e à pandemia.
Uma combinação de sanções, ineficiências locais e a pandemia paralisou o turismo e desacelerou outros fluxos de receitas estrangeiras num país dependente delas para importar a maior parte de seus alimentos, combustíveis e insumos para a agricultura e a indústria.
A economia contraiu 10,9% no ano passado e 2% até Junho.