O presidente Joe Biden está a tentar recapturar o seu mojo e tranquilizar os doadores numa arrecadação de fundos, sábado, 29, mostrando que está totalmente à altura do desafio de derrotar Donald Trump, numa altura em que persistem as preocupações com o seu desempenho no debate presidencial.
O desempenho preocupante de Biden, de 81 anos, no primeiro debate presidencial, na quinta-feira, abalou muitos democratas, que vêem Trump, após a insurreição de 6 de janeiro de 2021, como uma ameaça existencial à democracia dos EUA. As respostas sinuosas de Biden e as lutas para responder a Trump levaram o conselho editorial do The New York Times a declarar, na sexta-feira, que ele deveria sair da corrida e que permanecer nela seria uma "aposta imprudente".
Biden e a sua mulher, Jill, planeavam participar numa reunião de campanha à tarde em East Hampton, Nova Iorque, a cidade balnear de Long Island onde a empresa imobiliária Zillow avalia a casa média em 1,9 milhões de dólares. Mais tarde, estava agendada uma ação de angariação de fundos à noite em Red Bank, Nova Jérsia.
No rescaldo do debate de quinta-feira à noite, Biden mostrou mais vigor em discursos na Carolina do Norte e em Nova Iorque na sexta-feira, dizendo que acredita de "todo o meu coração e alma" que pode desempenhar o cargo de Presidente.
A campanha de Biden afirmou ter angariado mais de 27 milhões de dólares na quinta e na sexta-feira, incluindo 3 milhões de dólares numa angariação de fundos em Nova Iorque centrada na comunidade LGBTQ+.
Jill Biden disse aos seus apoiantes, na sexta-feira, que Biden lhe disse depois do debate: "Sabes, Jill, não sei o que aconteceu. Não me senti muito bem". A primeira-dama disse então que lhe respondeu: "Joe não vamos deixar que 90 minutos definam os quatro anos em que foste presidente".
O presidente democrata ainda precisa de acalmar os receios suscitados pelo debate, que se infiltrou na consciência pública com videos e memes que se espalharam na Internet e com a pressão do público para que ele abandonasse a corrida.
Os doadores democratas de Nova Iorque, do Sul da Califórnia e de Silicon Valley expressaram em privado a sua profunda preocupação com a viabilidade da campanha de Biden, na sequência do seu desempenho no debate.
Numa série de cadeias de mensagens de texto e conversas privadas, discutiram a pequena lista de possíveis substitutos, um grupo que incluía a governadora do Michigan, Gretchen Whitmer, o governador da Califórnia, Gavin Newsom, e a vice-presidente Kamala Harris.
Mas, na sexta-feira, não houve nenhum esforço formal para pressionar Biden a afastar-se e alguns suspeitaram que nunca haveria, dados os desafios logísticos associados à substituição do presumível candidato apenas quatro meses antes do dia das eleições.
Alguns doadores referiram que iam fazer uma pausa nas suas doações pessoais. Disseram que as receitas da angariação de fundos de Biden no fim de semana seriam quase de certeza elevadas porque os bilhetes foram vendidos e pagos antes do debate.
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